Lei em Goiás determina que mulheres escutem coração de feto antes da realização de aborto

Projeto teve como justificativa “evitar que ocorram casos de aborto ilícitos e que prejudiquem tanto a saúde pública quantos os direitos à vida”; entidades criticam o texto

Davi Galvão Davi Galvão -
Lei em Goiás determina que mulheres escutem coração de feto antes da realização de aborto
Hospital Estadual da Mulher, em Goiânia. (Foto: Agência Brasil Central)

Foi sancionada nesta semana a lei número 22.537, que institui a campanha de conscientização contra o aborto em Goiás. Dentre outras medidas, a iniciativa prevê que “o Estado forneça, assim que possível, o exame de ultrassom contendo os batimentos do nascituro para a mãe”.

O texto ainda estabelece que sejam realizadas palestras, voltadas para crianças e adolescentes, sobre o risco do procedimento.

Também é definido na lei que 08 de agosto será o Dia Estadual de Conscientização Contra o Aborto.

A regulamentação vem gerando bastante polêmica por entidades feministas, em especial na diretriz que determina que o fornecimento de ultrassom com os batimentos do feto para a mãe.

Não fica claro no texto se tal artifício seria disponibilizado a todas as grávidas ou apenas àquelas que desejassem interromper a gravidez, com o exame funcionando como forma de desestimular o procedimento.

Vale destacar que, no Brasil, o aborto é legalizado se a gestação: resultar de violência sexual e a mãe consentir com a intervenção; quando apresenta risco à vida da mulher e em casos de anencefalia do feto.

O projeto de lei, apresentado pelo então deputado estadual Fred Rodrigues (DC), cassado em dezembro, teve como justificativa “evitar que ocorram casos de aborto ilícitos e que prejudiquem tanto a saúde pública quantos os direitos à vida”.

O regulamento também propõe informar a população sobre o uso métodos contraceptivos, bem como realizar “palestras, seminários, mobilização e outras atividades que permitam estimular a sensibilização da população acerca dos direitos do nascituro, do direito à vida e das imputações penais no caso de aborto ilegal”.

Além disso, fica previsto como objetivo “estimular a iniciativa privada e organizações não governamentais (ONGs) na promoção de meios para acolher, orientar e prestar assistência às mulheres grávidas que manifestem interesse na interrupção da gestação, priorizando sempre a manutenção da vida do nascituro”.

 

Davi Galvão

Davi Galvão

Jornalista formado pela Universidade Federal de Goiás. Atua como repórter no Portal 6, com base em Anápolis, mas atento aos principais acontecimentos do cotidiano em todo o estado de Goiás. Produz reportagens que informam, orientam e traduzem os fatos que impactam diretamente a vida da população.

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