Funcionária de empresa em Anápolis é inocentada após ser alvo da Operação Las Vegas: “fiquei em uma cela sem água e papel higiênico”
Em carta aberta divulgada no Instagram, ela detalha momentos de angústia
Em janeiro de 2024, a chamada Operação Las Vegas desarticulou quadrilhas que fraudavam sorteios em Anápolis. Com um saldo de diversos presos – dentre eles o pastor Paulo Madureira, a ação policial acabou prendendo também da funcionária da empresa, Suelen Faria. Após vivenciar a realidade de uma presidiária, foi solta e publicou um desabafo emocionante.
Em uma carta aberta postada no Instagram, neste domingo (23), e tocou diversos internautas. Com um texto, ela detalhou como foi presa, sendo pega de surpresa em casa, e como cooperou com as investigações, ansiando pelo momento que a própria inocência seria provada.
“Nós nunca vamos entender os propósitos de Deus, mas devemos aceitar o que passamos! Nunca fez tanto sentido nas nossas vidas como agora. No dia 08 de janeiro aconteceu a operação Las Vegas, onde o alvo era a empresa que eu trabalhava”, explicou.
Ela continuou afirmando que a Polícia Civil (PC) executou o papel devido, cumprindo o mandado de prisão expedido contra ela. Suelen foi surpreendida na própria casa, de onde foi conduzida para a delegacia e, posteriormente, levada para o presídio.
“Acordamos com os policiais dentro de casa, o susto foi enorme. Achei que iria na delegacia depor e voltaria, mas não foi assim. Eu estava sendo presa, era um mandado de prisão. Subi para a Grupo Especializado de Investigações Criminais (GEIC), onde o delegado me interrogou”, revelou.
Experiência traumática
Ela frisou que, apesar do susto que ela e os familiares sofreram, a ação dos agentes teria sido educada e solícita. Após ser interrogada, ela foi informada que ficaria presa até que todos os envolvidos fossem ouvidos, assim como o celular dela teria que ser periciado.
Entretanto, a revogação da prisão dela precisava de uma assinatura do juiz para ser validade, o que não ocorreu, e assim ela foi levada para o presídio.
“Me levaram para o presídio de Anápolis, mas lá não tem prisão feminina. Foi onde começou meu pior pesadelo, me lembro do policial alertando para tomar cuidado, pois de lá para dentro o tratamento seria diferente. Quando passei para dentro, os agentes penais zombavam, era xingamentos constantes”, desabafou.
Suelen registrou que, a partir de lá, ela não tinha mais nome e nem dignidade. Foi encaminhada para o Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, onde foi chamada de golpista e bandida.
“Fiquei em uma cela sem água, energia e nem papel higiênico, com cinco pessoas em um colchão de solteiro. Passei a noite lá, no outro dia, 09 de janeiro, o juiz assinou minha soltura, às 14h, e fui levado para a penitenciária novamente às 19h, após a audiência. Por volta das 21h, conseguimos sair de lá”, expressou.
Arrasada, ela voltou para casa e se deparou com uma foto de si mesma, trajando o uniforme prisional, circulando e sendo usada para fazer chacota nas redes sociais. Apesar do baque, conforme ela, seguiu firme e com fé, sendo mantida no processo por mais 6 meses até o encerramento das investigações.
“Só agora, dia 20 de junho, o Juiz e o Ministério Público (MP) se manifestaram, me inocentando de tudo. Como não devo nada para a Justiça, não perdi meu réu primário e hoje estou livre de tudo. Agradeço a todos pelas orações, Deus é bom o tempo todo”, concluiu.