Christiano Mamedio vai a júri popular 4 anos após morte de adolescente e jovem em Anápolis

Empresário será julgado após atropelamento na Avenida Brasil Sul, no qual ele estaria em alta velocidade

Isabella Valverde Isabella Valverde -
Adolescente de 15 anos foi uma das vítimas em acidente provocado pelo empresário. (Montagem: Reprodução/Arquivo Pessoal)

Quase quatro anos após furar um sinal vermelho enquanto dirigia sob influência de álcool e tirar a vida de Emanuel Felipe Pires Martins, de 15 anos, e Eurípedes Tomé da Costa, de 26, Cristiano Mamedio da Silva vai a júri popular. O caso aconteceu no dia 03 de outubro de 2020, na Avenida Brasil Sul, em Anápolis.

Após ser passado para Goiânia e até para o Supremo Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília, o julgamento foi marcado para acontecer no dia 28 de agosto, no Fórum de Anápolis. 

O empresário responderá em frente a um júri pelos crimes de embriaguez ao volante, lesão corporal dolosa e homicídio doloso – e esse será o primeiro caso de embriaguez ao volante tipificado como doloso em Anápolis.

Em entrevista ao Portal 6, Michelle Pires, mãe de Emanuel Felipe Pires Martins, o mais jovem dentre as duas vítimas, contou a angústia vivenciada durantes esses anos e tratou também da expectativa de, finalmente, conseguir um desfecho para o caso.

Michelle Pires e o filho. (Foto: Arquivo Pessoal)

“Está todo mundo sem dormir. O que eu estou buscando é o mínimo para as pessoas entenderem que os crimes devem ser punidos. Não existe luta alguma, porque eu já perdi. Isso não é uma disputa. Ele vai sair, vai se ressocializar, vai casar, vai viver a vida dele.  Meu coração só quer paz, preciso fechar esse ciclo porque ficou aberto. Passo noites lendo os autos, já foram tantos recursos, temo que o caso não se resolva”, desabafou.

Em março de 2023, enquanto ainda sofria sem a resolução do caso, ela chegou a colocar um outdoor no bairro Jundiaí em homenagem ao aniversário de 18 anos do filho. Juntamente do pai de Emanuel e da irmã dele, que na época tinha apenas 04 anos, ela acompanha atentamente cada etapa do processo.

Outdoor em homenagem ao Emanuel traz forte mensagem aos motoristas. (Foto: Arquivo Pessoal)

Segundo ela, existe a possibilidade da defesa pedir o chamado desaforamento, que seria uma forma de tirar o caso de Anápolis, sob a justificativa da comoção social. Mesmo com tal hipótese, ela mantém a fé de que haverá o devido desfecho, dizendo confiar nos anapolinos que irão compor o júri, os quais a acolherem após a dura perda.

“Sigo angustiada, mas estou com a sensação de que fiz tudo que estava ao meu alcance. Agora está nas mãos da população de Anápolis, que eu confio e sempre me demonstrou apoio. Preciso fechar esse ciclo porque ficou aberto. Ele veio e matou meu filho, então não vai existir vencedor, porque eu já perdi”, concluiu.

Em tempo 

Apenas três meses antes da tragédia, ele já havia sido preso pela Delegacia de Investigação aos Crimes de Trânsito (DICT) por embriaguez ao volante, sendo liberado após o pagamento da fiança. Posteriormente, Mamedio chegou a ser preso em flagrante no dia 3 de outubro de 2020, data em que o crime aconteceu, mas foi solto poucos dias depois, respondendo em liberdade.

Segundo os registros, a caminhonete dirigida pelo empresário estava a mais de 100 km/h na Avenida Brasil Sul, quando acabou colidindo com as vítimas.

*Colaborou Samuel Leão 

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