Fazendeiros poderão receber multa de até R$ 50 milhões após crimes que “secaram” o Rio Araguaia

Polícia Civil e Federal, além da Semad, estão investigando o caso que envolveu diversos tipos de ações criminosas

Thiago Alonso Thiago Alonso -
Áreas de seca e desmatamento ultrapassaram os 5 km. (Foto: Divulgação/PC)

A Polícia Civil (PC) está investigando um grupo de fazendeiros dos municípios de Aruanã, Nova Crixás e São Miguel do Araguaia, suspeitos de provocarem a seca do Rio Araguaia.

Ao todo, cinco pessoas são alvos de um inquérito da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Meio Ambiente (Dema), sob suspeita de desmatarem, instalarem drenos, destruírem nascentes e captarem água do rio.

Estas atividades estariam gerando uma série de complicações ambientais, ocasionando diversos pontos de seca, como no Lago de Luiz Alves, em São Miguel do Araguaia, no Norte goiano — conhecido como um dos principais acessos ao Rio Araguaia.

Situação parecida foi registrada na região da Viúva, em Nova Crixás, no Noroeste goiano, onde o leito, outrora famoso pela grande presença de peixes e canoas, ficou completamente sem água.

Segundo o delegado Luziano Carvalho, responsável pela investigação, fazendeiros da bacia do Araguaia estariam em uma disputa pelos recursos do rio, provocando uma “corrida” para a captação de água.

Trechos do rio ficaram completamente secos. (Foto: Divulgação/PC)

“Constatamos que braços importantes do Rio Araguaia já estão secos. O Rio Crixás Mirim parou de correr, o Rio Crixás Sul está com um volume muito baixo de água. Está tendo captação no rio, mas não temos vazão suficiente que aguente tamanha retirada de água. Em um dos pontos, identificamos captação de 6 mil litros de água por segundo”, explicou o profissional.

Os crimes não se limitaram ao rio, uma vez que a PC também identificou uma área de aproximadamente 5 km de desmatamento entre lagos do Rio Araguaia.

A gravidade foi tamanha que a Polícia Federal (PF) precisou adentrar à investigação, assim como a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad).

Se constatadas as irregularidades, os fazendeiros podem receber multas de até R$ 50 milhões, pelo delito de impedir ou dificultar a regeneração natural de áreas desmatadas.

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