Entrada de 30% e menos financiamento: conheça os impactos das novas regras da Caixa

Ao Portal 6, especialista do mercado imobiliário explicou melhor as normas, que entraram em vigor nesta sexta-feira (1º)

Thiago Alonso Thiago Alonso -
Financiamentos sofrerão alterações. (Foto: Divulgações)
Financiamentos sofrerão alterações. (Foto: Divulgações)

Com o mês de novembro se iniciando, a Caixa Econômica Federal (CEF) anunciou uma série de novas medidas que devem impactar a forma como as pessoas devem financiar imóveis, com validade já a partir desta sexta-feira (1º).

Entre as principais alterações, uma das que mais chamaram a atenção foi o aumento do valor mínimo da entrada exigida para a aprovação do aporte, saindo de uma taxa inicial de 20% para, pelo menos, 30%.

Ao Portal 6, o especialista em direito imobiliário, Adriano Naves, explicou que estes ajustes foram definidos devido ao crescente aumento das taxas de juros, aliados à inflação que tem afetado o custo de vida.

“Acredito que essa elevação da entrada mínima exigida pela Caixa poderá, de fato, reduzir o aquecimento do mercado imobiliário, que vinha registrando um crescimento nos últimos anos”, disse.

No entanto, segundo o profissional, com este aumento no valor da entrada, o número de pessoas aptas a solicitar financiamentos deve cair consideravelmente.

“Com esta nova exigência, é provável que o número de pessoas financiando imóveis diminua, já que acumular essa quantia adicional representaria um desafio financeiro para muitos brasileiros”, pontuou.

Outra novidade é o dinheiro liberado pela instituição para financiamento dos imóveis, que antes era liberado em pelo menos 80% do valor do imóvel, diminuindo agora para 70% – sob o Sistema de Amortização Constante (SAC).

Já empréstimos feitos pela modalidade “Price” – na qual a Caixa financiava até 70% do valor do imóvel – sofreu uma alteração, agora cobrindo somente 50% do valor total.

Também houver mudanças no Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), agora limitado ao valor de R$ 1,5 milhão, quando antes não havia restrição.

Apesar das alterações, financiamentos que já estejam em andamento não devem ser afetados, fazendo com que compradores precisem se programar para garantir e juntar estas novas quantias.

Para isso, o especialista em direito imobiliário recomenda técnicas de “reorganização” e “planejamento” financeiro. Neste, que é um momento para “avaliar cuidadosamente o orçamento familiar e buscar, se possível, alternativas de poupança ou investimentos que permitam acumular o montante necessário”.

Segundo Adriano Naves, este é um momento para considerar outras formas de realizar estes financiamentos, como procurando outras instituições bancárias que ofereçam condições facilitadas para aquisição de imóveis, podendo até mesmo economizar durante o processo de compra da casa própria.

Para isso, ele recomenda que os compradores procurem profissionais especializados, responsáveis por prestar apoio e informação de como realizar transações, principalmente em momentos de mudanças regulatórias como essa.

“O financiamento imobiliário sempre foi uma das principais portas de acesso à casa própria para os brasileiros. Com as novas regras, os interessados precisarão adaptar seus planos e, muitas vezes, redobrar os esforços para atingir o sonho do imóvel próprio”, disse.

“Em meio às mudanças, a palavra de ordem é planejamento, pois somente com organização será possível enfrentar este novo cenário de forma mais tranquila e segura”, finalizou.

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