Jovem denuncia ter sido sequestrado, acorrentado e torturado pelo patrão para ‘confessar’ roubo em Goiás

Ele conseguiu fugir e caminhou por quase 15 km antes de chegar a uma unidade de saúde da região

Karina Ribeiro Karina Ribeiro -
Jovem denuncia ter sido sequestrado, acorrentado e torturado pelo patrão para ‘confessar’ roubo em Goiás
Homem acorrentado pelo pescoço e marcas nas costas. (Foto: Reprodução/Montagem Portal 6)

Ludibriado para avaliar um serviço em uma fazenda, um jovem trabalhador teria caído em uma armadilha elaborada pelo próprio patrão – resultando em supostas sessões de torturas físicas e psicológicas após sequestro e cárcere privado. Os crimes teriam ocorrido ao longo da tarde de terça-feira (10), em Guaraita, e só foram descobertos porque o funcionário teria conseguido fugir do cativeiro e pedir ajuda em um hospital da região.

Segundo a vítima, de 27 anos, ele teria sido convidado a entrar no carro do patrão, uma Renault Duster, juntamente com outra pessoa que não soube reconhecer, e partido para uma fazenda – onde avaliaria uma possível prestação de serviços – localizada em um município próximo onde ele trabalhava.

Ao chegarem em uma casa aparentemente abandonada, ele teria sido acorrentado pelo pescoço e nas mãos com arames e cadeados. Rendido, alega ter sido torturado psicológica e fisicamente – com chutes. Conforme a vítima, uma faca foi colocada sobre as mãos do trabalhador e, ao mesmo tempo, ouvia ameaças de que os dedos seriam cortados. Intercaladas entre agressões físicas e ameaças de morte, as ações teriam sido consumadas até cerca de 21h – contando quase 4h no total.

Antes dos possíveis autores irem embora, o jovem teria sido acorrentado em uma viga – com a promessa que a situação iria se repetir no dia seguinte. Um colchão velho, água e um bolo foram deixados no local.

Entretanto, o trabalhador conseguiu quebrar um dos cadeados com pedaço de ferro e fugir. Já de madrugada, por volta de 2h e após ter andado quase 15 km, ele chegou na cidade de Guaraita e pediu socorro. As correntes amarradas no pescoço e uma série de rastros de violência chamaram a atenção da equipe de saúde.

Policiais militares colheram depoimento e foram até o local utilizado como cativeiro para averiguar os fatos. Entretanto, o possível autor dos crimes não foi encontrado nas primeiras buscas e o caso deverá ser investigado pela Polícia Civil.

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