Responsável pelo abatedouro clandestino de cavalos em Anápolis tem longo histórico com a Justiça

Advogados sustentaram não haver nenhuma investigação em aberto, exceto a recente, em desfavor de Cyro Pereira Lemos

Davi Galvão Davi Galvão -
Cyro Pereira Lemos possui longo histórico com a Justiça. (Foto: Reprodução)
Cyro Pereira Lemos possui longo histórico com a Justiça. (Foto: Reprodução)

Apontado pela Polícia Civil (PC) como responsável pelo abatedouro clandestino de cavalos para produção de hambúrgueres, Cyro Pereira Lemos se apresentou às autoridades nesta quarta-feira (12). O empresário estava acompanhado do advogado e permaneceu calado ante as autoridades.

Porém, essa não é a primeira vez que Cyro enfrentou problemas com a Justiça. O Portal 6 apurou diversos outros relatos nos quais o agropecuário é suspeito de ter praticado crimes ambientais além de estar envolvido em uma tentativa de homicídio.

Em um dos relatos, ainda em 2020, um dos homens procurou a Polícia Militar para fazer uma denúncia contra Cyro. No relato, a vítima afirmou ter arrendado cerca de 40 hectares de terras para o suspeito.

Porém, uma das condições era que uma área de aproximadamente 10 hectares, considerada Reserva Legal, não deveria sofrer qualquer alteração.

Acontece que, após perceber que Cyro não estaria cumprindo o combinado, o denunciante foi pessoalmente conversar com ele, para esclarecer a situação, ao passo em que o suspeito teria dito que iriam “resolver no braço”. Acuada, a vítima achou melhor procurar a delegacia para formalizar a denúncia.

Assim, as autoridades se dirigiram à Fazenda Nunes, localizada às margens da GO-222, em Anápolis, onde constatou que Cyro teria colocado gado para pastar na Reserva Legal, além de construir um cocho coberto com telhado metálico e piso de concreto sem permissão. A presença dos animais estaria comprometendo a regeneração da vegetação nativa.

Outras irregularidades também foram constatadas, como o descarte de carcaças de animais no pasto e acúmulo de entulho, incluindo pneus de tratores.

Chama a atenção, também, que já naquela época as autoridades encontraram indícios de abate clandestino na fazenda, com a carne sendo comercializada para açougues locais.

Envolvimento em uma tentativa de homicídio

Cyro também teria participado de uma tentativa de homicídio, ocorrida no bairro Vivian Parque, em novembro de 2024.

A vítima foi encontrada pela PM gravemente ferida e bastante ensanguentada e foi encaminhada ao Hospital Estadual de Anápolis Dr. Henrique Santillo (Heana).

Segundo testemunhas, o homem esfaqueado havia se envolvido em uma confusão no ponto comercial que alugou no mesmo dia. Durante diligências, a polícia identificou o autor do ataque, que morava aos fundos do ponto alugado.

Ele afirmou que, ao receber ligações da esposa relatando uma tentativa de invasão à residência, foi ao local decidido a matar o suposto invasor.

Porém, ele não agiu sozinho. Conforme a apuração da PM, ele chegou ao comércio acompanhado do patrão, Cyro Pereira Lemos.

Enquanto ele estacionava a caminhonete, o suspeito desceu armado com uma faca e esfaqueou a vítima na mão e no pescoço, arrastando-o para fora.

Após o crime, Cyro teria ajudado a ocultar a arma do ataque, deixando-a no depósito onde armazenam carnes. Em seguida, ambos foram para a chácara,  às margens da GO-220.

O suspeito, porém, foi localizado e preso pelas autoridades, enquanto ia buscar a família.

O Portal 6 entrou em contato com os advogados de defesa, Regis Davidson e Tiago Neri, que afirmaram não haver nenhuma imputação ou investigação em aberto em desfavor de Cyro que não a envolvendo o abatedouro de cavalos.

Com relação aos fatos de 2017, a defesa pontuou que o assunto foi resolvido à época com o Ministério Público, sendo que os animais adentraram em uma área de preservação sem a intenção ou dolo do investigado.

Já se tratando do ocorrido em 2024, o advogado sustentou que o investigado tão somente foi ouvido em uma situação na condição de testemunha.

Confira a nota na íntegra:

Sobre essas informações de eventuais antecedentes, vem a tempo esclarecer sobre fatos do ano de 2017 que todo o teor foi devidamente esclarecido e pactuado e resolvido a época com o Ministério Público e homologado judicialmente não estando nada em aberto, sendo naquele momento animais adentraram em uma área de preservação sem a intenção ou dolo do investigado, não havendo nenhum nexo causal ou de forma análoga com o que está sendo investigado ao momento, sobre eventuais fatos citados em ano de 2024 o investigado tão somente foi ouvido em uma situação na condição de testemunha! Não há nenhuma imputação ou investigação em aberto em seu desfavor anteriormente a esse fato a qual o mesmo vem sendo investigado!

Reiterando o compromisso e a disposição desde logo com a autoridade policial em auxiliar nas investigações e a disposição da justiça!

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