Funcionário demitido de supermercado entra na Justiça e vai receber cerca de R$ 680 mil em indenização
Um erro simples no caixa terminou em disputa judicial milionária

Um caso envolvendo um supermercado na Espanha mostra como decisões internas podem gerar consequências financeiras inesperadas.
O episódio ganhou repercussão após um funcionário com 30 anos de casa ser demitido por justa causa e, posteriormente, conseguir na Justiça uma indenização próxima de R$ 680 mil.
A história chama atenção não só pelo valor envolvido, mas também pelo contexto em que tudo aconteceu.
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Aniversário no trabalho acabou virando problema
Segundo o processo, o funcionário decidiu comemorar o próprio aniversário levando croissants e doces de chocolate para dividir com colegas antes da abertura da loja.
A prática, comum entre equipes que trabalham juntas há muitos anos, utilizou produtos da padaria do próprio supermercado.
O valor total dos itens chegava a 68 euros, cerca de R$ 424.
No entanto, um erro na pesagem fez com que apenas uma bandeja fosse registrada no sistema.
O restante acabou fora da cobrança. Sem perceber a falha no cupom, o trabalhador seguiu até o caixa e pagou exatamente o valor indicado no recibo.
Demissão por justa causa e acusação de fraude
Cerca de um mês após a comemoração, a rede de supermercado comunicou a demissão por justa causa.
A empresa alegou que o funcionário teria cometido fraude ao pagar apenas parte dos produtos, violando normas internas que proíbem consumo ou apropriação de mercadorias sem pagamento integral.
Mesmo depois de informado sobre o erro e de quitar a diferença, a empresa manteve a decisão.
Não houve advertência prévia nem aplicação de punições mais leves antes da dispensa, o que pesou negativamente na análise judicial.
Tribunal considera punição desproporcional
Inconformado, o trabalhador levou o caso ao Tribunal Superior de Justiça da Galiza.
Os magistrados avaliaram não apenas o erro na pesagem, mas também todo o histórico do funcionário dentro do supermercado ao longo de três décadas.
Para a corte, o episódio resultou de uma combinação de falhas operacionais e falta de conferência do cupom, sem qualquer indício de má-fé.
Além disso, os juízes destacaram que o funcionário não possuía histórico de infrações graves e sempre manteve boa conduta profissional.
Diante desse cenário, o tribunal entendeu que a demissão foi injusta e claramente desproporcional ao ocorrido.
Indenização milionária e alerta ao varejo
Com a decisão, a Justiça condenou o supermercado ao pagamento de 105 mil euros, o equivalente a cerca de R$ 680 mil em indenização.
O valor evidencia como uma punição considerada exagerada pode gerar alto custo financeiro para empresas de grande porte.
A sentença reforça a necessidade de aplicar regras internas com equilíbrio e análise de contexto.
Situações envolvendo falhas pontuais, datas comemorativas e funcionários antigos exigem bom senso, sob risco de transformar problemas simples em longas disputas judiciais.
Além do impacto financeiro, o caso reacende a discussão sobre a forma como grandes redes lidam com conflitos trabalhistas e a importância de políticas mais humanas na gestão de pessoas.
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