Penas dos condenados pelo assassinato de transexual em Anápolis somam mais de 120 anos

Corpo dela foi encontrado completamente nu e com a cabeça muito machucada por pedradas

Da Redação Da Redação -
Penas dos condenados pelo assassinato de transexual em Anápolis somam mais de 120 anos
(Foto: Captura / TV Anhanguera)

Após um julgamento que demorou mais de 16h na terça-feira (20), os quatro envolvidos no assassinato da transexual Emanuelle Muniz Gomes foram considerados culpados pelos jurados.

As penas mais altas, de 35 e 34 anos, foram atribuídas a Márcio Machado Nunes e Sérgio Cesário Neto, respectivamente. Já Reinivan Moisés de Oliveira e Daniel Lopes Caetano, pegaram detenção de 26 anos cada. Juntas, as penas somam 121 anos.

Ao todo, os acusados foram julgados por cinco crimes: homicídio triplamente qualificado, estupro, tentativa de homicídio e outros dois roubos contra a mãe e um amigo de Emanuelle. Reinivan e Daniel pegaram penas mais baixas porque foram absolvidos dos roubos.

A decisão ainda cabe recurso e a defesa de um dos autores já afirmou que vai recorrer. Por isso, caso alguma mudança ocorra posteriormente, ela valerá para todos os quatro. Por enquanto, o grupo segue considerado culpado e em regime fechado.

Relembre o crime

Na noite do dia 25 de fevereiro de 2017, Emanuelle estava com um amigo e a mãe, Edna Girlene Gomes, na porta da boate Terra Brasil, no Jardim América. Um Pálio branco parou para oferecer carona e arrancou, levando apenas a jovem.

A Polícia Militar, em vão, tentou procurá-la pela cidade. Já a mãe, após registrar ocorrência na delegacia, decidiu procurar a filha e encontrou dois corpos em uma estrada de terra.

Um, completamente nu e com a cabeça muito machucada por pedradas, era o de Emanuelle. O outro corpo era de um rapaz que foi espancado apenas porque estava passando pelo local. Ele foi socorrido e sobreviveu.

“Gente, que mundo é esse? Eu queria minha filha de volta. Nem que viesse faltando um braço, uma perna, eu queria ela aqui comigo agora”, lamentou a mãe, na época, ao Portal 6.

Os autores foram detidos em maio do mesmo ano, em uma ação conjunta do Grupo de Investigação de Homicídios (GIH) da cidade com agentes da Delegacia de Goianésia. Desde então, todos permaneceram na cadeia.

Na ocasião em que foram presos, o delegado Cleiton Lobo revelou que os acusados sequestraram a jovem para estuprá-la. Ao perceberem que ela ainda tinha a genitália masculina, optaram por matá-la a pedradas em um matagal.

Emanuelle nasceu como Rômulo Mateus Castanheira e assumiu a transexulidade quando cursava a faculdade. Ela estava com 21 anos quando foi assassinada.

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