“Deixa eu tirar uma foto sua?”: o relato impressionante de fazendeira que fez Wanderson se entregar
Heroína, ela falou com a imprensa sobre o episódio e explicou como conseguiu manter a calma diante do assassino
Após coletiva de imprensa realizada para detalhar a prisão de Wanderson Mota Protácio, o delegado Vander Coelho, titular da Delegacia Regional de Anápolis, acompanhou a fazendeira Cinda Mara até o local em que profissionais dos veículos de comunicação estavam para contar como tudo aconteceu.
A mulher, de 56 anos, não respondeu perguntas, mas discorreu durante aproximadamente cinco minutos sobre a experiência que viveu e o momento em que o suspeito se entregou à polícia.
O relato foi todo digitado pelo Portal 6.
Confira na íntegra:
Ele apareceu na fazenda hoje, era em torno de 6h30 da manhã. Eu estava dormindo e meu esposo havia saído para buscar leite em uma outra fazenda. Ele bateu na janela com o revólver, apontou a arma para mim e falou que ia me matar. Eu disse: Não, você não vai fazer isso. Ele disse que estava tendo cerco da polícia nas imediações e estava com medo de morrer. Eu falei: ninguém vai te matar. Ele apontou a arma para mim e falou que estava com fome. Aí eu fui muito profissional, de ter aquela tranquilidade de não me exaltar e não demonstrar que estava com medo. Fui fria.
Levei ele até a cozinha, ele estava com muita fome e com muito frio. Peguei uma camisa de frio do meu marido e dei para ele. E ele o tempo todo com uma arma na mão. Daí ele falou que ia embora porque a policia ia chegar e prender ele. Até peguei o telefone para chamar a polícia, mas não tive como fazer isso porque ele estava muito próximo de mim. Ele tomou café e contou que estava arrependido do que tinha feito, mas estava com medo de morrer porque sabia que a polícia estava muito perto dele.
Ele escutou o carro do meu marido e tentou sair, mas meu marido foi conversar com ele, tranquilizou ele, falou que era melhor ele se entregar, porque se ele corresse, poderia acontecer algo pior. Aí eu conversei com ele e disse: olha, está na hora de você se entregar, os policiais estão cansados. E ele foi e falou: então me leva para Corumbá. Daí meu marido disse: não, nós estamos na região de Gameleira de Goiás e vamos levar você para Gameleira de Goiás. Meu marido colocou ele no carro. Ele foi na frente, entregou a arma para o meu esposo, meu marido guardou e a gente foi para delegacia de Gameleira.
As pessoas estão questionando a fotografia que eu tirei com ele. Aquela fotografia eu vou explicar o que estava acontecendo. Muitas pessoas estavam passando informações desencontradas para a polícia e a polícia estava cansada de ir atrás de fatos que não eram contundentes. Daí eu disse para ele: você quer se entregar para a polícia? Ele disse que queria. Daí eu perguntei: você deixa eu tirar uma foto sua? e ele deixou. Quando tirei a foto dele, eu tive o discernimento de mandar para o prefeito de Gameleira de Goiás, para o prefeito mandar para um policial. Foi ai que a Polícia Militar já estava muito próxima e chegou até ele.
Mas eu quero falar uma coisa para vocês, foi Deus que deu livramento para mim,, para o meu marido e para os policiais, porque naquele momento que estava ali, eu vi Deus, eu senti a presença de Deus. Eu vi que foi Deus que estava me guardando, da mesma maneira que eu tinha orado um dia antes, tinha colocado minha mão na direção dos policiais e pedi que Deus protegesse os policiais do mal.
Quero agradecer à policia por não ter saído dali. Ele viu que o cerco estava se fechando e viu que meu marido saiu no carro e eu estava ali sozinha. Parabéns a todos os policiais. Quero agradecer a Deus pelo livramento que deu pra mim e para os policiais do estado de Goiás. No momento não posso dar entrevista, mas agradeço por tudo.