Anápolis retoma cirurgias eletivas, mas tem dificuldades em realizar procedimentos de emergência

É o caso de puérpera que há 20 dias aguarda ser operada por conta de uma inflamação na vesícula. Marido conta que ela e a bebê recém-nascida sofrem

Caio Henrique Caio Henrique -
Anápolis retoma cirurgias eletivas, mas tem dificuldades em realizar procedimentos de emergência
Isabella sofre com incômodos na vesícula desde o sexto mês de gestação. (Foto: Arquivo Pessoal)

Já se passaram mais de 20 dias desde o nascimento de Heloisa e, até agora, a mãe não conseguiu aproveitar a companhia da bebê.

Desde os seis meses de gestação, Isabella Ramos de Sousa sofre com incômodos na região da vesícula. Porém, o estágio avançado da gravidez impediu qualquer intervenção imediata.

A expectativa era de que, após o parto, ela finalmente pudesse ser operada para tratar a inflamação responsável pelas constantes dores.

O Hospital Municipal Alfredo Abrahão, inaugurado há pouco mais de um mês, já fez quase 200 procedimentos de cirurgias simples, como o de Isabella Ramos. Porém, a fila é tão grande que, por vezes, nem mesmo casos de pessoas hospitalizadas conseguem passar na frente.

Agonia

Álex Alves dos Santos é esposo da paciente e detalhou que, pelos últimos nove dias, a companheira segue internada na UPA Vila Esperança, esperando a liberação para passar pela tão aguardada cirurgia.

“Ela não está suportando mais, nem os medicamentos aguenta mais tomar”, reclamou.

A situação, porém, se tornou ainda mais delicada por conta da recém-nascida, que necessita do contato e amparo materno, especialmente nas primeiras semanas de vida.

“Nos últimos dias, o leite dela parou de descer, secou. E a bebê está recusando a mamadeira, só toma quando não tolera mais a fome”, disse o pai, preocupado.

Para acelerar a possibilidade de realização da cirurgia, a família custeou do próprio bolso a realização de uma ressonância magnética, mas nem isso adiantou.

Com a palavra, a Secretaria Municipal de Saúde

O Portal 6 entrou em contato com a Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) a fim de compreender a demanda pelos leitos e a situação atual do município.

A pasta explicou que, desde inauguração do Hospital Municipal Alfredo Abrahão, 280 cirurgias foram realizadas, sendo a maior parte delas eletivas.

Porém, a UPA Vila Esperança segue sendo a porta de entrada para os casos de urgência e emergência, podendo ser encaminhados de lá para as demais unidades do município, como o próprio Alfredo Abrahão, a Santa Casa, ou o Hospital Evangélico, por exemplo.

A Semusa afirmou também que todas as cirurgias de emergência estão sendo conduzidas e que as demais demandas eletivas estão sendo tratadas conforme a fila de espera de cada especialidade médica.

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