“Era meu companheiro da vida”, diz mãe que teve filho atropelado por motorista bêbado em Anápolis

Suspeito do crime foi liberado após pagar fiança de R$ 2 mil e o caso não foi sequer registrado como homicídio na delegacia

Isabella Valverde Isabella Valverde -
“Era meu companheiro da vida”, diz mãe que teve filho atropelado por motorista bêbado em Anápolis
Cesar Sakai de Meireles Reis não resistiu aos ferimentos após ter sido atropelado por um caminhão bitrem. (Foto: Arquivo pessoal/ Julio Cesar Akizuki)

A família de Cesar Sakai de Meireles Reis, de 24 anos, está indignada depois que o motorista que atropelou o jovem, na noite de sábado (21), no viaduto do Recanto do Sol, foi solto.

O homem pagou fiança de R$ 2 mil depois de ter sido encaminhado à Central de Flagrantes e o caso não ser sequer registrado como homicídio culposo (quando não há intenção de matar). Ele foi acusado apenas por embriaguez ao volante e por fugir sem prestar socorro.

Já abalada com a trágica perda do rapaz, a família não escondeu a dor ao saber que o suspeito não responderia pela morte de Cesar.

Ao Portal 6, a mãe da vítima, Tamae Sakai, contou que se sente “indignada, revoltada e muito triste”, e lamentou profundamente a forma com que o caso foi tratado.

“Perdi meu único filho. Ele era meu companheiro da vida toda. E quanto a fiança? Valor nenhum poderia ter sido estipulado porque ele matou, fugiu e ainda fez de conta que não sabia de nada”, disse.

O pai do jovem, Julio Cesar Akizuki Reis, também muito abalado, contou ao Portal 6 como o filho era e afirmou que não só ele, como todos os entes próximos, estão muito indignados e prontos para irem atrás de justiça.

“Um rapaz muito extrovertido, só vivia sorrindo. Não tinha clima ruim para ele, tempo ruim. Prestativo demais, ele era um moleque muito bom”, descreveu.

O genitor também não escondeu a revolta com motoristas que insistem em dirigir sob efeito de álcool e pediu consciência aos condutores.

“Se a gente não correr atrás, se todos não se comoverem, esse pessoal não vai ver que tem lei, que vão ser punidos e vão continuar desse jeito. Meu filho só vai se tornar uma estatística”, pontuou.

Julio Cesar ainda lamentou profundamente a morte tão trágica do rapaz. “Isso é uma ferida que não vai cicatrizar nunca! Vai impactar para o resto da vida. É sem palavras para descrever”.

A reportagem também esteve em contato com a Delegacia de Investigação de Crimes de Trânsito (DICT), que deverá autuar o condutor do caminhão por homicídio doloso, uma vez que ele não prestou socorro e teria assumido o risco de matar ao dirigir embriagado.

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