Mês da diversidade passa em branco em Anápolis e OAB aponta desrespeito
Junho não teve ações para grupos LGBTQIA+ na cidade e entidade faz cobrança dura
Junho é conhecido mundialmente como o mês da diversidade, devido o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+, comemorado no dia 28. Apesar disso, a data tão marcante para a comunidade passou em branco em Anápolis.
A celebração que relembra o histórico movimento de Stonewall, que no ano de 1969 lutou contra a violência policial contra essa população e, desde então, inspira gerações na busca por igualdade.
Cidades de vários países promoveram promoveram ações de conscientização e debate sobre o tema. Em São Paulo, por exemplo, acontece a maior parada LGBTQIA+ do mundo, cercada de outras ações.
Não muito longe, em Goiânia, a Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Políticas Afirmativas realizou uma atividade focada na comunidade, com ofertas de emprego e cursos profissionalizantes, cadastros sociais e também a correção nomes sociais.
A reportagem procurou a Prefeitura de Anápolis e confirmou que, de fato, não houve nenhuma ação visando a data.
Presidente da Comissão da Diversidade Sexual e de Gênero da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) da cidade, Alex Costa afirmou que além das ações durante o mês de junho é preciso um olhar mais atento para esses moradores.
“Existe uma carência de políticas públicas para essa parte da população. É necessário criar estatísticas para mapear essas pessoas e suas demandas”, alertou.
Segundo ele, para por fim nessa invisibilidade, um dos primeiros passos seria a criação de um comitê LGBTQIA+ dentro do Executivo Municipal ou ligado a pasta de Direitos Humanos.
O presidente da comissão ainda criticou o Legislativo Municipal pela falta de agendas e homenagens em prol da diversidade.
“As portas da Câmara Municipal são cerradas para a comunidade LGBTQIA+. Não podemos aceitar os olhos fechados do Município, tentando inviabilizar a existência da comunidade LGBTQIA+ anapolina”.
Por fim, ele afirma que há lideranças dentro da cidade dispostas a articular ações que defendam a igualdade.
“Se for preciso, devemos realizar quantas rebeliões de StoneWall for necessárias para termos nossa existência e dignidade respeitadas pelo Estado e pela sociedade”, concluiu.