Anápolis deve perder posto de segunda economia do estado em breve, aponta economista

Cidade cresceu 3,98%, o que eleva a soma de bens e serviços para R$ 15,2 bilhões, mas vê Aparecida de Goiânia cada vez mais perto

Isabella Valverde Isabella Valverde -
Vista aérea de Anápolis. (Foto: Samuel Sousa/Divulgação/Prefeitura de Anápolis)Anápolis deve perder posto de segunda economia do estado em breve, aponta economista
Vista aérea de Anápolis. (Foto: Samuel Sousa/Divulgação/Prefeitura de Anápolis)

Anápolis deve, em breve, perder o posto de segunda maior economia de Goiás. Apesar do crescimento de quase 4% entre 2019 e 2020, no Produto Interno Bruto (PIB), o município deve ser ultrapassado por Aparecida de Goiânia.

É essa a projeção de economistas, que veem um avanço mais robusto dos números aparecidenses em relação aos anapolinos.

“Com essa proximidade do PIB de Aparecida com Anápolis, já podemos falar que Aparecida está no nosso retrovisor e que essa ultrapassagem é uma questão de tempo, pouco tempo”, afirmou o economista Marcio Dourado, em entrevista ao Portal 6.

Segundo o especialista, Anápolis ainda enfrenta gargalos para expansão da indústria, enquanto Aparecida deslancha e tem mais de um distrito industrial para abrigar potenciais investidores. A proximidade como Goiânia e o população – de 600 mil habitantes – também são trunfo frente a Anápolis, que está próxima de 400 mil.

Números poderiam ser melhores

O avanço de 3,98% em um ano, que elevou o PIB anapolino a R$ 15,2 bilhões, poderia ter sido maior, segundo Marcio.

O economista explicou que atualmente o país enfrenta um processo de desconcentração produtiva que afeta diretamente a economia. Nesse cenário, os grandes centros buscar por locais mais baratos para se investir, como é o caso de Anápolis.

“O Brasil atualmente passa por um processo de desconcentração produtiva. Investimentos produtivos que antes eram concentrados próximos a grandes centros, como São Paulo, Rio, Belo Horizonte, eles tendem a migrar para outros locais em que se tem mão de obra mais barata e também onde se tem custos mais baratos”, exemplificou.

“Esses custos geralmente são correlatos à questões de logística e ao próprio terreno. Então, por exemplo, o terreno em Anápolis custa bem menos do que o terreno no ABC Paulista. Isso tudo justifica esse crescimento de Anápolis, do PIB anapolino, em detrimento, por exemplo, de outras regiões que a gente chama de concentrada”, completou.

Segundo o economista, o crescimento da cidade, acima da média nacional, se justifica principalmente pelos investimentos industriais, assim como também no setor de serviços.

Todavia, Márcio aponta que nos últimos tempos, o principal setor de crescimento do município vem passando por problemas, o que acabou por impedir que os índices fossem ainda maiores.

“Ocorre que o setor que tem maior crescimento em Anápolis, que é o setor  industrial, ele tem passado por um gargalo recente pela burocracia para liberar novas áreas. Isso faz com que todo o potencial de crescimento da cidade no que tange o seu produto, ou seja, geração de riquezas, ele não seja aproveitado. Então, Anápolis cresceu sim quase 4% nesse período medido, mas poderia ter crescido ainda mais visto que nós temos diversas indústrias, diversas firmas, interessadas em instalar-se na cidade ou expandir”, pontuou.

O especialista destaca ainda que o crescimento econômico traz diversos benefícios ao município, alimentando a cadeia e gerando empregos.

“Quanto mais se produz aqui, a gente vai ter mais oferta de emprego, maior renda circulando, mais tributos sendo arrecadados, seja pelo governo estadual ou municipal, lembrando que 25% do ICMS fica no município. Então, isso faz com que se tenha maior desenvolvimento. Ou seja, faz com que tenhamos maiores oportunidades para que as pessoas possam aproveitar melhor também dessa riqueza”, aponta o economista.

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