Há três anos, Anápolis confirmava os primeiros casos de Covid-19 e iniciava uma batalha que só teve trégua após a chegada de vacinas
Diagnósticos, internações, sequelas e mortes: cidade teve de enfrentar a doença que, até então, era desconhecida
Há exatos três anos, em 2020, Anápolis confirmava o primeiro caso de uma doença misteriosa que estava aterrorizando o restante do mundo.
Embora a profissional da saúde tenha tido uma recuperação tranquila, à época, a Covid-19 já rondava os lares de boa parte dos anapolinos em formato de drama, medo, angústia e até ceticismo.
Notícia que já não saia dos noticiários de alguns países, a primeira morte pela doença foi confirmada em Anápolis no dia 30 de maio.
A paciente era uma idosa de 75 anos, que foi internada no dia 30 de março por problemas no coração. Durante a hospitalização, ela começou a apresentar sintomas da Covid-19. Naquele momento, eram 46 casos confirmados e 617 suspeitos.
A situação se agravou no segundo semestre de 2020, com as equipes hospitalares lutando para conseguir atender os diagnosticados que lotavam as unidades de saúde, além daqueles que já desenvolviam estágios graves da doença.
Contaminação comunitária
Aos poucos, foi se tornando praticamente improvável que um morador de Anápolis não conhecesse de forma direta e indireta alguém que não tivesse sido contaminado.
Era agosto de 2020 quando Ozeias Lotti, de 63 anos, teve contato em primeira mão. “Eu estava bastante receoso de sair e pegar a Covid-19. Estava tendo muitas notícias de mortes e eram tenebrosas. Fiquei muito preocupado. Tomei tudo que indicaram para prevenir, ainda assim, me contaminei”.
A infecção viral se desenvolveu e Ozeias relembrou ao Portal 6 que precisou ficar quase um mês em tratamento, afim de não deixar o pulmão se comprometer para além dos 30% já identificados.
A luta de Nara Rúbia
Na segunda semana de janeiro de 2021, um caso emblemático das consequências da pandemia chocou Anápolis. Nara Rúbia Boaventura dos Santos, de 26 anos, apresentou sintomas de gripe e se queixou de fortes dores nas costas.
Como estava se preparando para prestar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), optou por deixar a visita ao médico para outra data.
Então, no dia 14 de janeiro, a estudante teve três paradas cardíacas. A jovem foi levada ao hospital e veio a confirmação: estava contaminada com Covid-19. Na última parada, a reanimação levou mais de 30 minutos. Nara, que era cheia de vida e completamente saudável, hoje se encontra acamada por conta das sequelas neurológicas.
“O mais difícil era que eu estava em isolamento enquanto minha filha estava na UTI [Unidade de Tratamento Intensivo]”, relembra Nilza Boaventura dos Santos, de 51 anos, mãe de Nara.
Esses são apenas alguns depoimentos de pessoas que sobreviveram aos piores momentos da pandemia. Infelizmente, somente em Anápolis, 1.871 pessoas perderam a batalha contra a doença — apesar dos esforços dos profissionais da área da saúde que trabalharam incansavelmente.
Vacinas que salvam
A primeira pessoa a receber a vacina contra a Covid-19 em Goiás foi a anapolina Maria da Conceição, aos 88 anos, no dia 18 de janeiro de 2021.
Levantamento da Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) realizado a pedido do Portal 6 mostra que até esta quarta-feira (15) 324.993 pessoas receberam ao menos uma dose. Além disso, 83.466 completaram o ciclo da imunização.
Ano passado, Dona Maria da Conceição conversou com a reportagem. “Através de mim, todo mundo daqui ganhou essa oportunidade também e é por isso que eu imploro: tomem a vacina”.
De acordo com a pasta, Anápolis segue realizando aplicações. Toda a população acima de 06 meses de idade pode se imunizar ou tomar doses de reforço. Pelo site www.anapolis.go.gov.br/vacinacao-em-anapolis/ é possível consultar os horários e locais.