Único cirurgião cardíaco do SUS em Anápolis, Walter Vosgrau deixa de atender por ‘problemas de pagamento’

Medida ocorre bem em meio à polêmica de paralisação das cirurgias cardíacas de emergência no município

Caio Henrique Caio Henrique -
Walter Vosgrau é médico e cirurgião cardiovascular. (Foto: Ismael Vieira)

Único cirurgião cardíaco a atender pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em Anápolis, Walter Vosgrau decidiu, nesta sexta-feira (25), abandonar os atendimentos pela rede pública no município.

Em comunicado, enviado à Secretaria Municipal de Saúde (Semusa), Hospital Evangélico Goiano (HEG), Promotoria de Saúde Pública de Anápolis e Fundação James Fanstone, o profissional apontou divergências no pagamento dos Honorários Médicos Cirúrgicos – que tem sido repassados pela entidade desde o mês de julho – como causa para a decisão.

“Unilateralmente, a Semusa descontinuou o meu pagamento regular pela cooperativa, que vinha acontecendo há 11 anos. Como estão sendo passados os honorários pela fundação, os termos de pagamento impostos são diferentes agora e, assim sendo, entreguei a carta de descontinuidade dos serviços”, sustentou o médico, em entrevista ao Portal 6.

Segundo o profissional, os novos repasses sofreram uma retirada de 7,93%, fato que, aliado à morosidade do órgão de debater e resolver a situação junto ao time médico, motivou a desistência do cirurgião e a equipe.

“Ainda na segunda-feira (21), fui até lá [Fundação James Fanstone] e procurei a diretora, deixei uma carta de aviso. Voltei ao hospital [HEG], continuei operando enquanto aguardava as tais reuniões de gestão que estavam fazendo, mas a situação só se arrastou”, disse.

Com a chegada do fim da semana útil nesta sexta (25), Vosgrau “cansou” de esperar e oficializou a decisão.

Vale ressaltar que ela acontece bem em meio à polêmica da paralisação das cirurgias cardíacas de emergência em Anápolis – onde mais de 40 pacientes aguardam autorização para conseguir as operações, que só eram realizadas pelo próprio cirurgião – pivô de críticas contra a Prefeitura no que se refere à incapacidade de garantir os procedimentos.

Por fim, Walter Vosgrau informou que seguirá atendendo por mais 30 dias, para não haver “descontinuidade do serviço”.

Outro lado

A reportagem do Portal 6 também procurou a Semusa, para saber quais seriam os próximos passos em meio a esse “desfalque” na saúde do município – especialmente após o prazo de um mês se encerrar.

Porém, um retorno não foi enviado pela pasta em tempo hábil. O espaço segue aberto.

 

*Colaborou Samuel Leão.

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