Alunos do CEPI José Ludovico de Almeida também narram como “cura gay” foi abordada por membro da Church City

Caso, trazido à tona pelo Portal 6, está no MPGO e na Polícia Civil. Seduc abriu PAD

Samuel Leão Samuel Leão -
CEPI José Ludovico de Almeida está localizado na Vila Brasil, em Anápolis. (Foto: Samuel Leão)
CEPI José Ludovico de Almeida está localizado na Vila Brasil, em Anápolis. (Foto: Samuel Leão)

O impacto das palestras com insinuações à chamada “cura gay”, feitas pelo movimento ‘Resgatados’, da Church City, também deixou marcas em alunos do Centro de Ensino em Período Integral (CEPI) José Ludovico de Almeida, na Vila Brasil.

A unidade, também conhecida por ‘colégio estadual’, é uma das mais tradicionais do ensino público de Anápolis.

Sob a condição de anonimato, alunos relataram à reportagem do Portal 6 que as falas da integrante da igreja, que narrou ter deixado de ser homem trans, causaram constrangimento e revolta na comunidade escolar – sobretudo em estudantes LGBT’s.

O modus operandis para se chegar até o assunto foi o mesmo: falar sobre temas comuns no ambiente escolar e, por último, com toques de “testemunho pessoal”, sobre sexualidade e gênero.

“A Church veio algumas vezes aqui na escola e ela falou que era ex-trans, que se transicionou, foi pra igreja e se curou. E depois voltou a ser o que era, no caso “normal”. Para mostrar que trans é errado, ‘homossexualismo’, essas coisas. Que com Deus você é curado”, disse um aluno.

“Ela tinha falado que ela era sapatão e se sentia como homem. Aí depois de procurar a igreja ela viu isso como errado, ela entendeu que não era algo legal e voltou a ser o que ela era antes”, lembrou outro estudante.

Relatos tão fortes, e ainda presentes na mente desses adolescentes, vão na contramão do que agora estão sustentando a Church City e a direção do CEPI Dr. Mauá Cavalcante Sávio, do Residencial Pedro Ludovico.

Consequências

A conduta da igreja foi denunciada no Ministério Público de Goiás (MPGO) há quase 15 dias e está sendo investigada pela Polícia Civil (PC).

A Secretaria de Estado de Educação (Seduce) já abriu Processo Administrativo Disciplinar (PAD) para apurar responsabilidades de servidores coniventes.

*Colaborou Danilo Boaventura.

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