MPGO inicia apuração sobre palestra da Church City que pregou cura gay em colégio de Anápolis

Reportagem do Portal 6 mostrou depoimentos de estudantes e uma servidora relatando o tom proselitista da preleção de membros da igreja na unidade

Karina Ribeiro Karina Ribeiro -
Fachada do prédio sede do Ministério Público em Anápolis. (Foto: Divulgação/ MPGO)

A 10ª Promotoria de Anápolis deu início na segunda-feira (23) às apurações sobre a palestra de incitação à chamada ‘cura gay’ ministrada por membros do movimento ‘Resgatados’, da Church City, no Centro de Ensino em Período Integral (CEPI) Dr. Mauá Cavalcante Sávio, no Residencial Pedro Ludovico, bairro da região Sudoeste de Anápolis.

O procedimento é consequência de uma denúncia anônima feita ao órgão no início de outubro. Os responsáveis pela igreja devem ser os primeiros a serem chamados para prestar esclarecimentos.

Reportagem do Portal 6 publicada no mesmo dia mostrou depoimentos de estudantes e uma servidora relatando o tom proselitista da palestra.

O episódio ocorreu no primeiro semestre deste ano e, conforme alunos, deixou constrangidos e revoltados alunos LGBT’s que se sentiram desrespeitados e humilhados. A protagonista da palestra é uma membro da Church City que sustenta ter revertido a transexualidade.

Em nota, a Secretaria Estadual de Educação (Seduc), que é responsável pela unidade escolar, afirmou que “não corrobora em hipótese alguma, com quaisquer atitudes, atividades e ou ações que firam os preceitos constitucionais e a dignidade humana”.

A pasta também garantiu ter aberto “uma sindicância para averiguação dos fatos e a devida responsabilização dos envolvidos.”

Já a presidente da Comissão Nacional da Diversidade da OAB, Amanda Souto Baliza, adiantou que o episódio pode ser enquadrado como discriminação qualificada. A pena para esse tipo de crime chega a 05 anos de reclusão.

“Quando a discriminação/racismo ocorre em um grupo vulnerável pode atingir essa pena. Eu oriento que as vítimas formalizem uma denúncia no Grupo Especializado no Atendimento às Vítimas de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Genacri)”, braço da Polícia Civil responsável por investigar delitos dessa natureza.

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