Sem reajuste da tarifa e subsídio do município, transporte público em Anápolis está à beira do colapso

Concessionária tem absorvido o déficit da tarifa e judicialização pode ser inevitável

Davi Galvão Davi Galvão -
Sem reajuste da tarifa e subsídio do município, transporte público em Anápolis está à beira do colapso
Terminal Rodoviário Urbano, em Anápolis. (Foto: Bruno Velasco)

Apesar dos pedidos da Urban ante a Prefeitura para o reajuste na tarifa do transporte público, que desde o final de 2022 segue sem alterações, a Administração Pública segue sem oferecer um veredito para essa questão.

A informação foi confirmada ao Portal 6 pelo diretor jurídico do Grupo São José, dono da Urban, Carlos Leão.

“Sempre fazemos o requerimento e reiteramos, mas até o momento não temos notícias de providências”, afirmou o diretor.

Ainda, ele destacou que o sistema atualmente encontra-se em déficit, pois não há recursos para manter os serviços e o município não dispõe de subsídios para oferecer uma alternativa que equilibre a balança.

Os desdobramentos ainda não impactaram o valor da passagem para os usuários. Porém, esse desfalque enfrentado – que já se acumula em R$ 36 milhões – está tendo de ser coberto pela própria empresa.

É como explicou ao Portal 6 o presidente da Agência Reguladora do Município (ARM) Robson Torres, que afirmou que, através de estudos feitos pela equipe logística da ARM, o custo por passageiro estaria em torno dos R$ 7.

Ou seja, a própria Urban estaria arcando com o custo de cerca de R$ 2 por bilhete, para evitar que os atuais R$ 4,95 (preço válido para o cartão) se transformassem em possíveis R$ 7.

“A gente tem visto em outras cidades do país que, depois de entrarem na Justiça, essas empresas de transporte conseguirem fazer com que o município arcasse com essa dívida, já que é uma questão contratual”, explicou Robson.

Embora esses estudos tenham sido feitos, ele revelou que não há ainda, por parte da Administração Pública, prazos estipulados ou valores a respeito de reajustes tarifários.

“Atualmente, das 102 linhas em atividade, só 12 encontram-se em superávit, todas as outras estão dando apenas prejuízos”, continuou, como forma de evidenciar as problemáticas envolvendo a manutenção do serviço prestado pela concessionária.

Em sintonia com o que foi dito por Carlos Leão, Robson também pontuou que uma das soluções para reverter o déficit seria a implementação de subsídios por parte do poder público, que atualmente não oferece qualquer medida que caminhe nesse sentido.

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