Fraude nas alturas: o drama dos anapolinos que estão levando calote em saltos de paraquedas
Mulher se passaria por funcionária de empresa da cidade para conseguir aplicar os golpes
A adrenalina de rasgar os céus, desafiar o medo e testar a coragem. O salto de paraquedas é o sonho de diversas pessoas, que costumam se preparar, treinar e marcar a aventura com bastante antecedência.
Porém, em Anápolis, a experiência tem se tornado uma fonte frequente de denúncias, vindas de clientes que se deparam com golpes e dores de cabeça na hora de agendar os saltos.
Em todos os relatos, as histórias e testemunhos apontam para uma única suspeita, que também parece adotar a mesma estratégia no momento de abordar as vítimas.
Ao Portal 6, Samara Guimarães contou que foi uma dessas clientes que acabou ficando no prejuízo. Conforme ela conta, no dia 17 de setembro deste ano esteve no centro de paraquedismo SkyDive Cerrado, com o intuito de fechar um pacote para saltar.
“Um colega tinha me dito que uma das funcionárias de lá estava com preços bastante bons, que inclusive a mãe dele já tinha saltado com essa mulher, então eu nem imaginei que ia ter algum problema”, revelou.
Já no local, Samara passou algum tempo observando os saltos e reparou que a suposta funcionária já estava no local, caminhando entre as mesas e explicando como funcionavam os saltos.
“Ela estava, inclusive, indicando a ordem de quem ia pular, mandando as pessoas para a fila, nunca que eu imaginei que fosse ter algum problema”, afirmou.
Assim, Samara conta que conversou com a vendedora, tirou as dúvidas sobre o pacote, preencheu um formulário e realizou o pagamento, agendando a aventura para o dia 1º de outubro.
“Só que no dia 27 de setembro, quatro dias antes da data marcada, eu fiquei sabendo de várias pessoas que tinham marcado com ela e não deu certo. Eu entrei em contato com a SkyDive e eles me informaram que essa mulher não fazia parte do quadro de funcionários deles. Daí eu achei melhor cancelar com ela e pedir o dinheiro de volta”, explicou.
“Inclusive, fui ver e um grupo com várias pessoas chegaram até mesmo a levar essa mulher para a delegacia, porque também teriam sido vítimas desse calote”, continuou.
Em um primeiro momento, a vendedora afirmou que efetuaria o ressarcimento até sexta-feira (29). O prazo, porém, não foi cumprido. Ao longo das semanas seguintes, Samara conta que foram diversas as promessas de devolução, porém nenhuma se manteve.
Cansada de esperar, ela abriu um boletim de ocorrência de forma online nesta terça-feira (12), relatando o caso.
A história é similar ao relato de Mateus Rezende, de 25 anos. Conforme o jovem contou à reportagem, também esteve na SkyDive Cerrado e, tal qual foi descrito por Samara, encontrou a suposta vendedora circulando pelo local, como se fosse uma funcionária do local.
Mateus também conversou com a mulher e fechou um pacote por R$ 400, pago via pix, agendando o salto para o dia 30 de setembro. Porém, por uma incompatibilidade de datas, tentou remarcar o dia. Diante da negativa, pediu o ressarcimento do valor.
No dia 09 de outubro, cobrou novamente a respeito da quantia, sendo informado que o depósito seria feito em no máximo um dia. A promessa não se manteve e, mais de dois meses depois do ocorrido, Mateus não espera mais reaver o dinheiro.
A reportagem procurou a SkyDive Cerrado e a empresa confirmou que a vendedora não faz parte do quadro de funcionários da empresa.
Ainda, ressaltou que vendas e pacotes devem ser feitos somente através do canal oficial da SkyDive, nunca através de terceiros.