Pais e alunos se revoltam com cancelamento da formatura de colégio militar em Anápolis:”sonho jogado no lixo”

Portal 6 ainda tentou contato com uma das unidades do CEPMG citadas, mas respostas foram evasivas

Davi Galvão Davi Galvão -
Pais e alunos se revoltam com cancelamento da formatura de colégio militar em Anápolis:”sonho jogado no lixo”
Formatura de colégio militar realizada pela Alto Rellevo. (Foto: Captura/ Instagram)

“Sonhos jogados no lixo”. Foi assim que uma mãe, que preferiu não ser identificada, descreveu a situação dos estudantes que cursam o terceiro ano do Ensino Médio nos Colégios Estaduais da Polícia Militar de Goiás (CEPMG) e tiveram a formatura deste ano cancelada.

Ela contou que, na manhã desta quarta-feira (22), a filha e os colegas foram surpreendidos ao serem informados, pela direção do CEPMG Gabriel Issa de que, o evento não mais teria vinculação com a instituição da Polícia Militar (PM), como já era tradição.

“Minha filha está muito triste, deprimida, chorosa. Ela me enviou um áudio explicando tudo, os sonhos deles [dos alunos] foram jogados no lixo”, contou.

Segundo a mãe, que inclusive faz parte da comissão de formatura, tal decisão teria sido uma forma de a direção se afastar das recentes polêmicas envolvendo favorecimento das empresas encarregadas com o evento e o alto escalão da PM.

Acontece que, conforme afirmou outro pai, também preferindo o anonimato, vários responsáveis já tinham adiantado parte do pagamento, ou mesmo a totalidade do valor com a empresa Alto Rellevo.

De acordo com ele, a orientação dada pelo CEPMG aos alunos foi de que os pais procurassem, por conta própria, a empresa, a fim de cancelar o contrato, firmado ainda no começo do ano.

Entretanto, conforme o contrato, para a rescisão fica a cobrança de uma multa referente a 10% do valor total, referente ao cancelamento. Os pais questionam justamente isso, visto que a escolha da empresa teria partido das próprias escolas, bem como a decisão de abortar os planejamentos.

“A gente não escolheu, não foi apresentada nenhuma outra opção e agora a gente é obrigado a pagar uma multa, por uma decisão que nem foi nossa?”, questionou o responsável.

Conforme o pai, a escola ainda deve realizar uma “pequena solenidade” com alguns dos alunos, porém em proporções muito menores do que as esperadas – e sonhadas – pelos estudantes.

“Se não iam fazer, porque esperaram até quase o fim do primeiro semestre para avisar? E quem fez planos, e quem precisava dessa ponte [entre a direção e a empresa]?”, pontuou, por fim.

Ao Portal 6, a Alto Rellevo, empresa que realiza os eventos de formatura dos colégios militares, afirmou ainda não ter tido ciência de nenhuma decisão oficial e que, portanto, aguardaria um parecer da diretoria da PM antes de se pronunciar.

Dificuldade nas respostas

O Portal 6 também tentou contato, através do telefone, com a assessoria do CEPMG Gabriel Issa, unidade frequentada por um dos alunos da matéria.

A atendente apenas informou que nada havia sido definido ainda e que um comunicado oficial seria realizado, mas não soube informar nenhuma data.

Ao ser questionada pela reportagem acerca do que teria sido dito aos alunos sobre o cancelamento da formatura, a ligação foi encerrada.

Uma aluna do terceiro ano da instituição, que também foi procurada, afirmou “não ter autorização para falar sobre a decisão”.

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