Responsáveis por clínica clandestina em Anápolis podem pegar mais de 5 anos de prisão

Segundo investigação, local era contratado por familiares e internava vítimas de maneira compulsória

Gabriella Pinheiro Gabriella Pinheiro -
Clínica de reabilitação clandestina, em Anápolis. (Foto: Divulgação/ PC)

Após pacientes de uma clínica de reabilitação clandestina, no Parque Residencial das Flores, em Anápolis, denunciarem situação de maus-tratos e abandono, a Polícia Civil (PC) deflagrou, na terça-feira (09), uma operação policial de fiscalização e desinternação das vítimas. 

Conforme a PC, no espaço, foram encontradas 15 pessoas, que estavam internadas de forma irregular. Muitas delas, ainda, estariam vivendo em cárcere privado. 

Segundo as investigações, na prática, os familiares contratavam o serviço da clínica e o local ficava responsável por fazer a captura das pessoas, de forma irregular, internando-as de maneira compulsória – contra a vontade.

Após a operação, as vítimas foram identificadas e acolhidas pela assistência social de Anápolis e Gerência de Saúde Mental, para tratamento médico e suporte. Posteriormente, elas serão encaminhadas para as respectivas famílias.

De acordo com a corporação, o proprietário da clínica – que não aparecia no local há dias – já foi identificado, qualificado e deve ser ouvido nos próximos dias. A depender dos crimes, os responsáveis podem pegar pena de mais de 05 anos de prisão. 

Clínica de reabilitação clandestina. (Foto: Divulgação/ PC)

Em tempo 

A investigação surgiu após cerca de 15 internos da clínica solicitarem, na última sexta-feira (05), o apoio da Polícia Militar (PM), alegando que estariam sem comida e sem suporte médico.

Dessa forma, militares se deslocaram até a instalação, levando lanche para os homens, que foram internados no local com diversos transtornos, como dependência em drogas e álcool. 

Em um dos registros, uma das vítimas reclama de dor em uma das pernas e chega afirmar que não recebe a medicação para tratar a ferida exposta. Já outro reclamou sobre a baixa infraestrutura para cadeirantes. 

“Não tem suporte para cadeirante, para deficiente, não tem [suporte] no banheiro, não tem nenhuma escadinha aqui”, diz. 

A partir da denúncia, as autoridades acompanharam a situação, ao longo do final de semana, e providenciaram alimentação e tratamentos de saúde, de imediato. 

A operação teve apoio da Delegacia de Goianápolis, Superintendência de Identificação Humana/PCGO, Polícia Militar, Polícia Científica, Ministério Público, Secretarias Municipal de Saúde e Integração Social, CAPS e Vigilância Sanitária.

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