Anapolina vive pesadelo enquanto tenta resolver complicações de cirurgia no joelho: “choro toda noite”

Internada há quase um mês após sofrer com atrasos e procedimentos legais, Maria Gildene da Cunha teme pela amputação da perna

Thiago Alonso Thiago Alonso -
Maria Gildene da Cunha está internada no Hospital Municipal Alfredo Abrahão (HMAA). (Foto: Arquivo Pessoal)Anapolina vive pesadelo enquanto tenta resolver complicações de cirurgia no joelho: “choro toda noite”
Maria Gildene da Cunha está internada no Hospital Municipal Alfredo Abrahão (HMAA). (Foto: Arquivo Pessoal)

Sofrimento. Assim tem se resumido os dias da doméstica Maria Gildene da Cunha, de 57 anos, que há mais de um ano convive com complicações decorrentes de uma cirurgia de artroplastia total do joelho, realizada para tratar uma artrose.

A anapolina precisou passar por uma série de consultas no Hospital Municipal Alfredo Abrahão (HMAA) para tentar reverter a situação e realizar uma nova operação de correção, mas nada tem sido resolvido, resultando em uma “angústia” frustrante.

Em entrevista ao Portal 6, Maria Gildene contou que o primeiro contato com a unidade aconteceu em julho de 2023, quando procurou o local relatando fortes dores.

Desde então, segundo ela, foram muitos atendimentos sem nenhum tipo de resolução, o que fez com que o ferimento se agravasse a cada dia, gerando secreções severas.

Até que, após quatro meses de retornos, a clínica médica entrou em contato com a paciente, anunciando que a cirurgia havia sido autorizada — a mesma cirurgia que ela havia feito anteriormente e que gerou os transtornos.

“Eu expliquei [por telefone] que já tinha feito essa cirurgia e estava enfrentando problemas, infecção, e ninguém resolvia nada. Então marcaram uma consulta para mim já no dia seguinte com um ortopedista”, disse, em entrevista.

Internada às pressas

Ao chegar ao local, o médico recomendou imediatamente que ela fosse internada, devido à gravidade em que a perna se encontrava.

“Desde o dia 13 de julho estou aqui [no HMAA], nunca me deram um antibiótico, um remédio para dor, nunca fizeram um curativo nisso aqui, e eu estou desse jeito, deitada, com dor o tempo todo”, contou, indignada.

Junto aos filhos, Maria Gildene buscou uma solução para o sofrimento, procurando alternativas em outras unidades de saúde para uma nova cirurgia, contudo, de acordo com ela, a resposta foi sempre a mesma: é necessário aguardar a fila de espera.

“Eu sei que dois hospitais recusaram a regulação para a cirurgia, a Santa Casa de Anápolis e o CRER [Centro Estadual de Reabilitação e Readaptação] de Goiânia, falaram que tem que ser resolvido aqui, porque já foi enviada a verba para o procedimento no Alfredo Abrahão”, explicou.

Situação complicada

Sem receber qualquer tipo de suporte além de “medições de pressão” e “checagens” — palavras da própria paciente —, a internação no hospital tem sido frustrante.

Agora, após mais de 22 dias de internação sem resolução, a família de Maria Gildene optou por procurar ajuda junto ao Ministério Público de Goiás (MPGO) para tentar resolver o caso, além de também divulgar a situação nas redes sociais em busca de socorro.

“Eu choro toda noite, estou ficando depressiva com isso. Fico com medo de acontecer alguma coisa, medo de perder minha perna, de acontecer algo mais sério do jeito que está”, concluiu, emocionada.

Leia nota da Prefeitura na íntegra:

A Secretaria Municipal de Saúde informa que a paciente está internada no Hospital Municipal Alfredo Abrahão recebendo todo suporte necessário e está inserida na regulação estadual para o CRER, unidade de referência no tratamento. Inclusive, consta como primeira da fila, aguardando somente a disponibilização de uma vaga.

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