Servidores da UEG vão se encontrar em Anápolis para paralisação-geral nesta sexta-feira (04)

Profissionais de mais de 40 campus espalhados pelo estado se mobilizaram para reivindicar melhorias nas condições de trabalho e remuneração

Thiago Alonso Thiago Alonso -
Servidores da UEG vão se encontrar em Anápolis para paralisação-geral nesta sexta-feira (04)
Fachada da Universidade Estadual de Goiás (UEG). (Foto: Divulgação/UEG)

Servidores Técnicos-Administrativos da Universidade Estadual de Goiás (UEG) anunciaram uma paralisação geral para esta sexta-feira (04), interrompendo serviços em todos os 41 campus do estado.

A iniciativa foi tomada pela Associação dos Servidores Técnicos-Administrativos da UEG (ASTUEG), após a realização de um grupo de trabalho, solicitando, tanto ao Governo de Goiás quanto à própria instituição, uma série de exigências.

A previsão é que a suspensão das atividades ocorra inicialmente somente no período da manhã, podendo se estender a outros turnos.

Servidores de todas as unidades devem se reunir na próxima sexta-feira (04), na porta da reitoria da universidade, localizada em Anápolis, para protestar contra os impedimentos.

Contudo, caso os pedidos, mesmo assim, não sejam acatados, novas paralisações devem ser marcadas, e até uma eventual greve.

Solicitações

Ao Portal 6, uma servidora incluída no movimento explicou que uma das principais solicitações dos funcionários é a criação de um Plano de Cargos e Remuneração (PCR).

“A UEG é a única universidade estadual do Brasil que não tem PCR definido para seus técnicos. Outras universidades do Brasil, como a do Amapá, arrecadam muito menos que nós, e mesmo assim possuem um PCR, com muitos benefícios. Não estamos pedindo muito, só queremos nossos direitos básicos da constituição, queremos igualdade”, pontuou, em entrevista ao Portal 6.

Segundo ela, os docentes da instituição conseguiram o direito ao PCR no ano de 2023, após facilitações do próprio reitor — que também faz parte da classe —, diferente do caso dos Técnicos-Administrativos, que vêm sofrendo entraves.

Outros pedidos feitos pela associação são o direito de exercício da autonomia universitária, atualização salarial retirando a defasagem, titulação (incentivo aos técnicos estudarem), e benefícios que outros órgãos e secretarias têm, como o vale-alimentação e o adicional de interiorização (a UEG está no interior e incentivar isso é fundamental).

Precariedade

No plano divulgado pela ASTUEG, os afiliados apontaram precariedades na atuação dos trabalhadores, que chegam a trabalhar até 18 horas por dia, em alguns casos.

No documento, é dito que, em algumas unidades universitárias, são apenas três servidores, enquanto a média nacional é de 11 alunos por técnico, mas, na UEG, são 33 estudantes para cada técnico.

“Isso gera sobrecarga de trabalho. Nós, literalmente, trabalhamos por três”, destaca o projeto.

Hoje, o ideal para o pleno funcionamento da instituição seria 1.500 técnicos, em contrapartida aos apenas 500 trabalhadores.

Cabo de guerra

Atualmente, esses profissionais estão vinculados ao Governo de Goiás, mesmo a UEG tendo autonomia para assegurá-los ao corpo de colaboradores.

“Quando buscamos melhorias, o governo diz que somos servidores da UEG, quando falamos com a UEG, a gestão da universidade nos diz que somos servidores do governo”, disse.

Mesmo com este verdadeiro cabo de guerra, a afiliada da ASTUEG diz estar determinada a resolver o problema, principalmente por estar ligado diretamente à gestão do governador Ronaldo Caiado, que tem demonstrado interesse em concorrer à presidência da República em 2026.

“Nós somos uma moeda de peso para o Caiado: ele vende para as pessoas que a educação está mil maravilhas, mas se isso [paralisação] estourar, vai ficar muito ruim para ele”, apontou.

Promessas

À reportagem, a técnica destacou que já foram realizadas reuniões com a reitoria para tratar o assunto. O mesmo ocorreu com a presença de representantes da Secretaria de Estado da Administração (SEAD), porém – segundo a profissional – tudo acabou na base de promessas, sem alterações.

“Nós estamos cansados de palavras, só vamos desistir quando isso se resolver. Não marcaremos mais reuniões, não esperaremos mais”, finalizou.

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