“Punindo inocentes”: a nota do Colégio Delta de Anápolis após desclassificação

Ao Portal 6, a tradicional instituição de ensino privado também critica argumentos da comissão julgadora e destaca que “morar na favela não é motivo para demérito”

Samuel Leão Samuel Leão -
“Punindo inocentes”: a nota do Colégio Delta de Anápolis após desclassificação
Fachada do Colégio Delta, em Anápolis. (Foto: Reprodução)

Depois da polêmica, envolvendo alunos que teriam proferido falas como “volta para a favela” para estudantes do Centro de Ensino de Período Integral Estadual Doutor Mauá Cavalcante Sávio, durante partida de vôlei dos Jogos da Primavera, o Colégio Delta emitiu uma nota tratando do caso. No comunicado, a unidade lamentou a desclassificação da equipe e apontou diversas incoerências na condução do caso.

A partida, que aconteceu no dia 21 de novembro, teve ânimos exaltados e ofensas registradas na súmula. Cinco dias depois, uma portaria da Comissão Organizadora foi divulgada com a decisão de desclassificar o time, partindo de uma votação entre os membros da comissão organizadora.

Em nota enviada ao Portal 6, a direção apontou que o registro do ocorrido foi parcial e unilateral, por ignorar o contexto em que tudo ocorreu, que seria um ambiente de “indignação e violenta emoção em decorrência de hostilidades”, relatando que teriam ocorrido gestos obscenos, xingamentos e ofensas verbais diversas, por ambas as partes.

Outra questão pontuada é que a decisão, segundo regulamento, é irrevogável e irrecorrível, sob a pena de eliminação sumária da entidade de competição. Portanto, o colégio lamentou ter sido impossibilitado até de recorrer, sob o risco de perder todas as outras equipes que participam dos jogos, em várias modalidades.

A tradicional instituição de ensino privado também criticou os argumentos da comissão julgadora e destacou que “morar na favela não é motivo para demérito”.

“Como se pode promover educação punindo inocentes, por atos de terceiros, com os quais esses discordam? Isso educa a quem? Como? Porquê?”, indagou a direção, complementando: “Se alguém comete um crime em uma cidade, é injusto dizer que todos os habitantes são criminosos e merecem ser punidos”.

Para conferir os detalhes do comunicado, basta acessar aqui a nota na íntegra.

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