Infiltrados: autoridades acadêmicas agiam para vender diplomas falsos de até R$ 4 mil em Goiás
Investigações apontam que autoridades acadêmicas também estariam envolvidas em esquema ilegal


A Polícia Civil (PC) revelou que a organização criminosa que falsificava diplomas acadêmicos em Goiás conseguia altos lucros com a atividade, cobrando até R$ 4 mil por documentação.
Ao Portal 6, o delegado Luiz Carlos Cruz informou que, até o momento, foram identificadas 20 compras dos certificados falsificados. Contudo, essa quantidade pode ser ainda maior.
“Ainda não conseguimos fechar o número de diplomas vendidos, mas pode ser um número assustador, astronômico”, ressaltou.
O delegado também destacou que as negociações fraudulentas ocorrem pelo menos desde 2023 e os valores cobrados variam de R$ 2,5 mil até R$ 4 mil, conforme a envergadura do diploma e o prestígio do curso.
Um exemplo citado foi o de uma formação em Pós-graduação de Psicopedagogia com Ênfase em Ensino Especial e Educação Inclusiva. “O comprador queria esse certificado para trabalhar com crianças especiais e o grupo providenciou esse diploma.
“Infiltrados” em instituições de ensino
Outro fato que chamou atenção nas operações foi que autoridades acadêmicas de diversas instituições de ensino estavam “Infiltrados” no esquema, facilitando a falsificação.
No total, foram identificadas seis locais onde os suspeitos atuavam. Dentre elas, duas com sede em Goiás: uma em Padre Bernardo e uma em Mineiros.
Sendo assim, Luiz Carlos apontou que havia ao menos um envolvido em cada instituição de ensino, além de um intermediador que captava os “clientes” e intermediava as vendas.
Foi inclusive por causa deste último que a Operação Diploma Fake teve início.
Como tudo começou
Segundo o delegado do Grupo Especial de Invés Criminais de Anápolis – 3ª DRP, a PC estava investigando um outro caso quando se depararam com a suspeita de uma venda de diploma falsificado, vinculada a esse intermediador em Anápolis.
“Assim, a gente instaurou uma investigação autônoma, analisando a lista de telefones do suspeito, documentos na casa dele e verificamos o esquema com essa venda sistemática de diplomas”, detalhou.
Desta forma, a investigação, que teve início há cerca de um ano, teve a 2ª fase deflagrada nesta sexta-feira (21), para o cumprimento de mandados de busca e apreensão.
Em Goiás, agentes da PC cumpriram medidas judiciais em Goiânia, Mineiros, Rio Verde e Palmeiras de Goiás. Além disso, houve ações na Bahia e em Mato Grosso.
Siga o Portal 6 no Instagram: @portal6noticias e nas redes sociais e fique por dentro de várias notícias e curiosidades, tudo em tempo real para você!