OS da UPA da Vila Esperança se pronuncia após intervenção da unidade

Organização pontuou que não enxerga a ação do prefeito Márcio Corrêa como uma intervenção, mas sim como uma quebra contratual

Davi Galvão Davi Galvão -
OS da UPA da Vila Esperança se pronuncia após intervenção da unidade
Imagem mostra prefeito Márcio Corrêa na UPA Vila Esperança. (Foto: Paulo de Tarso/`Prefeitura de Anápolis)

Em nota enviada à imprensa, o Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano (INDSH), que era responsável pela gestão da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Vila Esperança, condenou a atitude tomada pela Prefeitura que culminou na retirada imediata da Organização Social (OS) do local.

No pronunciamento, a OS pontuou que não enxerga a ação do prefeito Márcio Corrêa (PL) como uma intervenção, mas sim como uma quebra contratual.

Quanto a suposta falta de médicos na unidade no dia 15 de março, que teria sido o estopim para a ação da Prefeitura, a INDSH pontuou que o fato não procede, com a folha de ponto atestando a presença dos profissionais.

Ainda denunciou os sucessivos atrasos no repasse de verbas por parte do Poder Público, bem como o fato de a unidade atender um público muito maior do que o estabelecido em contrato.

A OS também apontou que os problemas da unidade foram acentuados com a nova gestão, “que nunca quiseram manter diálogo na busca de soluções, demonstrando falta de interesse público”.

Em tempo

Na noite desta quinta-feira (20), o prefeito de Anápolis, Márcio Corrêa (PL), determinou uma intervenção na UPA da Vila Esperança. Com o apoio da Polícia Militar (PM), o INDSH foi retirado de forma imediata da administração.

Segundo Márcio, o ponto principal que levou à decisão foi a “negligência e omissão” da Organização Social (OS). O estopim teria ocorrido no último sábado (15).

Na data em questão, a unidade estaria com falta de médicos que, segundo o prefeito, realizavam um concurso público – fato que não foi considerado ou reparado pela gestão, em um ato definido por Márcio Corrêa como um “apagão”.

Assumirá no lugar da INDSH a Associação Hospital e Maternidade Santa Terezinha.

Confira a nota da OS na íntegra:

Rompimento de Contrato x Intervenção

O INDSH repudia o rompimento unilateral de contrato na gestão da UPA Vila Esperança, promovida pela prefeitura de Anápolis. E deixa claro: não houve intervenção, mesmo porque não haveria motivo para isso. Houve sim quebra contratual.

Falta de médicos no dia 15 de março
Não houve falta de médicos, conforme alegado, o que pode ser comprovado pela Folha de Ponto à disposição das autoridades públicas. Inclusive o atual vice-prefeito Walter Vosgrau estava em visita à UPA nessa data.

Dívidas da prefeitura
A unidade sofreu sucessivos atrasos de repasses de verbas, o que pode ser comprovado em Balanço Patrimonial em anexo, publicado no Diário Oficial do Estado de Goiás em 20 de março de 2025, fazendo com que o INDSH cobrisse esses rombos a fim de evitar prejuízos a pacientes, trabalhadores e fornecedores.

Atendimento acima do contratado
A meta contratual da UPA era de 12 mil atendimentos/mês. No entanto, o INDSH atendia em média 14 mil/ mês, chegando a 17 mil em alguns meses. Esses números estão no sistema CELK, da própria prefeitura. Isso, além de sobrecarregar a unidade, impedia melhorias tanto estruturais quanto aprimoramento técnico da equipe.

Sem diálogo
Esse problema se acentuou com os atuais gestores públicos, que nunca quiseram manter diálogo na busca de soluções, demonstrando falta de interesse público.

O que o INDSH fará?
O INDSH manterá a serenidade e sua trajetória baseada na ética, na defesa do SUS e sua confiança na Justiça, no Ministério Público e Tribunal de Contas, na busca da verdade e do seu lema ‘Respeito à Vida’.

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