Estudantes de Anápolis se unem para buscar solução de transporte gratuito para UFG
Chefe de gabinete do prefeito de Anápolis garantiu estar aberto a ideias e sugestões para resolver a demanda

Foi com emoção e alegria que Luciano Gonçalves Filho, de 18 anos, recebeu a notícia da tão esperada aprovação no curso de Física Médica na Universidade Federal de Goiás (UFG). Morando apenas com a mãe e irmã, a faculdade representa para ele uma oportunidade de ascensão.
Porém, morador de Anápolis, ele logo percebeu que o primeiro desafio da vida universitária era justamente chegar no campus.
Isso porque não há qualquer programa ou serviço que ofereça transporte gratuito aos estudantes da UFG no trajeto Interurbano e o Passe Livre Estudantil, ofertado pela Prefeitura de Goiânia, não abrange discentes que residem fora da Região Metropolitana da capital.
O que resta a Luciano e a tantos outros que precisam se deslocar diariamente até a UFG é optarem pelo transporte rodoviário ofertado pelos ônibus da companhia Araguarina.
Com ida e volta, o gasto com as passagens por dia fica em R$ 27,80, sendo que ao chegar em Goiânia, ainda é preciso mais uma viagem em direção ao Campus Colemar ou ao Samambaia, além da volta, totalizando R$ 36,40 diários. No mês, apenas com transporte, a despesa gira em torno de R$ 800.
Outra alternativa são as empresas que oferecem a locomoção estudantil por meio de vans, em preços que variam de R$ 800 a R$ 1 mil, ou mesmo caronas entre os próprios estudantes, com grupos com mais de 300 integrantes no WhatsApp.
“É algo muito fora da minha realidade. A gente já gasta 4 horas do dia só nesse trajeto, a gente precisa acordar 05h para chegar na aula das 08h. Essa demora em si não é o problema, todo mundo sabia. Mas quase mil reais só para poder estudar, fora outros gastos com a faculdade, é inviável”, desabafou Luciano, em entrevista ao Portal 6.
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Por conta desta situação, Luciano se reuniu com Clodoaldo Dias, chefe do gabinete do prefeito Márcio Corrêa (PL) para conferir o que poderia ser feito por parte da Prefeitura de Anápolis.
Atualmente, o jovem e outros 70 colegas integram um grupo no WhatsApp com o intuito de discutir a situação e compartilhar novidades a respeito do tema.
À reportagem, Clodoaldo confirmou o encontro e disse que, apesar de a Prefeitura estar em um déficit financeiro por conta da gestão passada, isto nada impede em buscar soluções para esta problemática.
“O não a gente já tem, mas o prefeito Márcio [Corrêa] tem um coração bem voltado para esta causa social. A gente pode sim sentar com esses discentes e pensar em uma solução, algum auxílio para diminuir esse peso financeiro”, comentou o chefe de gabinete.
Ele reforçou, porém, que a solução é burocrática e precisaria vir em um projeto de lei, que passaria pela Câmara Municipal. Contudo, destacou que está disposto a fornecer todo o auxílio durante esse processo.
No momento, pontuou que aguarda uma lista com todos os interessados no projeto, tanto para fins organizacionais quanto para analisar o perfil de renda de cada um.