Novo golpe por telefone tem gerado pânico em comerciantes de Anápolis

Assunto já foi abordado pela Polícia Militar e orientação é de não fazer transferências ou entregar quantias em dinheiro

Davi Galvão Davi Galvão -
Assalto via telefone: novo golpe tem gerado pânico em comerciantes de Anápolis
Drogaria no Parque dos Pirineus foi vítima do golpe do assalto por telefone. (Foto: Reprodução/ Google Street View)

Uma nova modalidade de assalto vem tirando o sossego e paz dos comerciantes em Anápolis. Somente no fim da tarde da quarta-feira (21), pelo menos três estabelecimentos comerciais de bairros distintos foram alvo do mesmo tipo de golpe. Dois deles, inclusive, com diferença de menos de cinco minutos entre uma atuação e outra do criminoso. Em comum, a forma engenhosa e educada em que o interlocutor, ao telefone, começa a intimidação.

Em entrevista ao Portal 6, o funcionário de uma drogaria localizada no Parque dos Pirineus, Walmir Mendes, deu  detalhes acerca do modus operandi dos criminosos.

“Estava trabalhando, como qualquer outro dia e atendi o telefone. Era um rapaz muito educado, perguntou sobre o preço da dipirona, falou que ia vir buscar, perguntou meu nome, mas logo em seguida anunciou que se tratava de um assalto. Disse para ir separando o dinheiro do caixa que ele ia entrar armado e pegar tudo. Falou que se ninguém desobedecesse, ninguém ia se machucar”, relembrou.

Em um primeiro momento, ele contou que toda a equipe ficou bastante abalada e imediatamente acionou a Polícia Militar (PM). Porém, o criminoso chegou a ouvir o pedido do funcionário a uma pessoa próxima e teria se enfurecido, afirmando que iria entrar lá e “matar todo mundo”.

O receio foi tanto que os funcionários acharam melhor baixar a porta do comércio e aguardar a chegada da PM, que salientou que provavelmente o caso se trata de um golpe, no qual o suspeito posteriormente, com a vítima abalada, a convence a efetuar um Pix.

“Mesmo que não tenha acontecido nada, a gente já teve prejuízo só de ficar com a porta baixada. Minha recomendação é que se ligarem para você, dono de comércio, só desligue e chame a PM. Não é bom ‘dar papo’, porque se não eles crescem em cima do desespero e podem manipular a gente”, aconselhou Walmir.

Casos em sequência

Uma situação muito parecida ocorreu momentos antes, na mesma data, em um supermercado localizado no Setor Central.

À reportagem, o gerente da unidade, que preferiu não se identificar, contou que uma das funcionárias veio correndo no meio do expediente, visivelmente abalada, após receber uma das “ligações assalto”.

Chama a atenção a forma com a qual o suspeito teria sustentado boa parte da conversa até de fato anunciar o crime, muito semelhante com o caso anterior.

“Ela contou que ele começou super educado, perguntando o nome, falando boa tarde, mas logo em seguida anunciou o assalto. Disse que não ia entrar porque o mercado estava lotado, mas que era para ela colocar todo o dinheiro do caixa em uma sacola e deixar na calçada, que ele ia buscar”, disse.

A PM também foi acionada e compareceu ao local, não encontrando nenhuma atividade suspeita, repassando as mesmas orientações sobre o possível golpe.

A última ocorrência a qual a reportagem teve acesso aconteceu em uma pizzaria no bairro Jundiaí, seguindo o mesmo padrão das anteriores, com os criminosos anunciando que iriam assaltar o local.

Porém, cientes desse tipo de golpe, a equipe de funcionários de imediato acionou a PM para que patrulhasse as redondezas.

Em tempo

Apesar de relativamente recente, esse tipo de golpe já chamou a atenção das autoridades em Anápolis, que chegaram até mesmo a gravar um vídeo orientando os comerciantes e a população em geral para evitar perdas financeiras.

No registro, o aspirante a oficial Julio, do 28º Batalhão, dá mais detalhes sobre o modus operandi desses criminosos, que inicialmente, localizam o estabelecimento e possíveis vítimas, anotando horários de entrada e saída, vestuário e hábitos da equipe do local.

“A partir daí, com essas informações, ligando no celular da empresa, começam a fazer ameaças. Ameaça o funcionário, dizendo como ele está vestido, qual horário que ele está trabalhando e exigindo que esse funcionário faça alguma transferência bancária, faça um Pix”, explicou.

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Davi Galvão

Davi Galvão

Jornalista formado pela Universidade Federal de Goiás. Atua como repórter no Portal 6, com base em Anápolis, mas atento aos principais acontecimentos do cotidiano em todo o estado de Goiás. Produz reportagens que informam, orientam e traduzem os fatos que impactam diretamente a vida da população.

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