Dono de império de postos de combustíveis em Goiás é irmão de alvo da Polícia Federal

Postos administrados por Armando, segundo informou a PF, operam sob o modelo de “bandeira branca”, o que significa que não possuem vínculo direto com as grandes distribuidoras de petróleo

Samuel Leão Samuel Leão -
PF desmantela esquema do PCC que fraudava combustíveis e movimentou R$ 17,7 bi; ação também ocorre em Goiás
Equipes da PF investigam mais de 300 postos em todo o país. (Foto: Divulgação-PF/ Agência Brasil)

O empresário Armando Hussein Ali Mourad, dono de um império no setor de combustíveis em Goiás e no Entorno do Distrito Federal, é irmão de Mohamad Hussein Mourad, um dos principais alvos da megaoperação Carbono Oculto deflagrada na última quinta-feira (28).

Um levantamento feito pelo Metrópoles revela que Armando é sócio e/ou administrador de, pelo menos, oito postos na região do DF, além de outros cerca de 20 espalhados pelo restante do estado, incluindo a capital Goiânia.

A operação Carbono Oculto, que cumpriu 200 ordens de busca, apreensão e prisão contra 350 alvos, desarticulou um esquema bilionário de fraudes no setor de combustíveis, com adulteração e sonegação, controlado pelo PCC. A ação se estendeu por dez estados brasileiros, incluindo o território goiano, evidenciando a capilaridade da organização criminosa.

Segundo a Polícia Federal (PF), Mohamad Hussein Mourad utilizava parentes para conferir uma aparência de legalidade aos negócios ilícitos. Além dos postos de combustíveis, Armando também assumiu a administração de uma distribuidora em Goiás, conforme apurado pela corporação. Esses estabelecimentos eram peças-chave na lavagem de dinheiro e na expansão das atividades criminosas da família.

Os postos administrados por Armando, segundo informou a PF, operam sob o modelo de “bandeira branca”, o que significa que não possuem vínculo direto com as grandes distribuidoras de petróleo. Entre os estabelecimentos, quatro levam o nome de Infinity e dois são identificados como PPostos.

Quais são os postos

A localização desses empreendimentos no Entorno do DF inclui PPostos em Abadiânia e Alexânia, Posto Infinity em Alexânia, Goianésia, Luziânia e Divisa (Santo Antônio do Descoberto), Posto Futura em Niquelândia e Posto Santo Antônio em Santo Antônio do Descoberto.

Além desses, Armando Hussein Ali Mourad possui ou administra outros 20 postos em diversas cidades goianas, como Aparecida de Goiânia (Sucesso Auto Posto), Catalão (Posto Dipoco e Posto Infinity), Goiânia (Posto Atlântico, Posto Canaã, Posto Parada 85 e Posto São José), Hidrolândia (PPostos Hidrolândia), e Jataí (Futura Cristo, Futura JK, Futura Shopping e Futura Vilelão).

Outras unidades são Morrinhos (Posto da Serra e Posto Infinity Morrinhos), Rio Verde (Posto Avenida e Posto Infinity), Senador Canedo (Posto Infinity, Posto Infinity Redevoada e Posto Nova Era) e Terezópolis de Goiás (Posto Yellow).

As investigações da megaoperação revelaram que importadoras traziam Nafta e diesel do exterior com recursos de empresas ligadas aos criminosos. As distribuidoras, então, revendiam os produtos com fraudes e sonegavam impostos, além de adulterar os combustíveis com metanol para potencializar os lucros.

Foi apurado, ainda, que os mais de mil postos envolvidos recebiam pagamentos em espécie e máquinas de cartão, registrando-os como valores legais, configurando um sofisticado esquema de lavagem de dinheiro e evasão fiscal.

Samuel Leão

Samuel Leão

Jornalista formado pela Universidade Federal de Goiás, com passagens por veículos como Tribuna do Planalto e Diário do Estado. É mestrando em Territórios e Expressões Culturais no Cerrado pela Universidade Estadual de Goiás. Passou pela coluna Rápidas. Atualmente, é repórter especial do Portal 6.

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