Dentista e técnica de enfermagem envolvidos em morte de jovem após tentativa de aborto em Ceres deixam a prisão
Soltura acontece pouco mais de um mês após casal ter sido denunciado pelo Ministério Público de Goiás

O dentista e a técnica de enfermagem que foram presos após uma jovem morrer durante uma tentativa clandestina de aborto, em um motel de Ceres, em agosto deste ano, já deixaram a prisão.
Segundo a defesa do casal, o habeas corpus foi concedido na última terça-feira (23), 53 dias após o ocorrido e 37 dias após os dois terem sido denunciados pelo Ministério Público de Goiás (MPGO).
Eles respondiam pelo homicídio qualificado de Gabriela Patrícia de Jesus Silva, de 20 anos, e por aborto provocado.
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Em nota enviada à imprensa, a defesa do dentista, que era ex-namorado de Gabriela e suposto pai do feto, informou que o processo tramita em segredo de justiça e, que por isso, não pode comentar detalhes.
Também alegou que “a acusação apresentou uma versão exagerada e sensacionalista”. O caso segue sob julgamento.
Em tempo
Gabriela morreu após dar entrada em estado grave e inconsciente na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Ceres no dia 1º de agosto. Ela foi levada até lá pelo dentista e a então companheira dele, ambos de 23 anos.
Vídeos divulgados pela Polícia Civil (PC) montaram a linha do tempo do que aconteceu no dia. Ficou registrado por câmeras de segurança o momento em que o casal busca a vítima em casa, chega no motel onde foi realizado o procedimento, e depois a leva às pressas para a UPA.
Segundo depoimento do ex-namorado, ele havia mandado manipular um medicamento de uso oral especificamente para a situação. Depois, havia diluído em soro e aplicado por via intravenosa – dessa forma, o produto acabou funcionando como substância análoga a veneno.
De acordo com o juiz, os investigados admitiram, durante a audiência de custódia, que “tinham ciência que a jovem correria risco de vida para a realização do aborto, bem como que sabiam da ilegalidade do procedimento”.
Os desdobramentos do caso são acompanhados tanto pelo Conselho Regional de Odontologia quanto pelo Conselho Regional de Enfermagem de Goiás, conforme divulgado pelos órgãos.
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