Cidade goiana entra na mira de grupo canadense que está em busca de ouro

Empresa já extrai ouro em Minas Gerais e possui hidrelétricas em Goiás, mas tentativa de expandir o mercado no estado é recente

Natália Sezil Natália Sezil -
Vista aérea de Luziânia. (Foto: Divulgação)
Vista aérea de Luziânia. (Foto: Divulgação)

A cidade de Luziânia, no Entorno do Distrito Federal (DF), tem se tornado alvo de uma grande mineradora – que, somente nos dois últimos anos, protocolou 100 pedidos de exploração no solo da região.

Trata-se da Kinross Brasil, que integra o grupo canadense Kinross Gold Corporation. A empresa já atua em Minas Gerais: tem operação na mina Morro do Ouro, em Paracatu, e escritório em Belo Horizonte.

Em Goiás, a atuação da empresa se dá a partir de hidrelétricas – em Caçu e Cachoeira Alta, ambas no Sul do estado. Agora, parece querer expandir o mercado da mineração para terras goianas.

Apresentando-se como “uma das maiores produtoras de ouro do Brasil”, a Kinross foi responsável por 87 dos 107 requerimentos feitos de janeiro de 2024 a setembro de 2025 na região.

Os números são bastante elevados em relação aos dados de anos anteriores, segundo divulgado pela Agência Nacional de Mineração (ANM).

Entre 2019 e 2023, por exemplo, a média costumava variar entre sete e 12 pedidos de registros de licença anuais. A demanda também não incluía, até então, nenhum pedido da Kinross.

Corrida do ouro

Luziânia é, historicamente, uma cidade marcada pela exploração áurea. A Associação Goiana de Municípios (AGM) pontua, ao relembrar a história da região: “a fundação do povoado [Santa Luzia, em 1746] se prende à mineração do ouro”.

Foi a partir do minério que a população cresceu intensamente. O arraial recém-fundado logo deu espaço a dez mil pessoas, incluindo escravizados. A mineração começou a declinar no fim do século 18, mas guarda resquícios na cidade até hoje.

Um ex-garimpeiro ouvido pelo Metrópoles conta que as terras luzianenses ainda contêm o metal precioso. A grama extraída pelos profissionais – regularizados ou clandestinos – chega a ser vendida, em média, de R$ 400 a R$ 500.

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Natália Sezil

Natália Sezil

Estudante de Jornalismo na Universidade Federal de Goiás, é estagiária do Portal 6 e atua na cobertura do cotidiano. Apaixonada por boas histórias, gosta de ouvir as pessoas, entender contextos e transformar relatos em narrativas que informam e conectam o público.

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