Homem pega 55 anos na primeira condenação por feminicídio em Pirenópolis
Crime ocorreu em abril desde ano e homem recebeu uma pena elevada do Tribunal do Júri

Uma condenação inédita foi registrada em Pirenópolis nesta sexta-feira (14), quando um homem recebeu uma pena severa pelo feminicídio da própria companheira.
No total, Fernando Jacinto da Silva Lima foi condenado a 55 anos, seis meses e 27 dias de reclusão por ter matado Aranalla Janaína Amorim Nascimento. Como informado pelo Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO), a decisão foi tomada pelo Tribunal do Júri da comarca.
Este foi o primeiro caso de feminicídio julgado na cidade. A Justiça fixou o regime inicial fechado para o cumprimento da pena e determinou a execução imediata da condenação, com manutenção da prisão preventiva do réu.
Além de ficar preso, o réu foi condenado a pagar o valor de R$ 300 mil por danos morais aos familiares da vítima, considerando o sofrimento dos pais e, especialmente, dos dois filhos da vítima, uma menina e um menino em idade escolar.
De acordo com o TJGO, o Conselho de Sentença reconheceu a autoria do crime, rejeitando a tese de homicídio. Os jurados consideram o meio cruel, recurso que dificultou a defesa da vítima.
Assim, o crime foi enquadrado como feminicídio, praticado contra mulher por razões da condição do sexo feminino, no contexto de violência doméstica e familiar.
Na sentença, a Justiça destacou comportamentos do réu, com histórico de violência doméstica contra outra mulher, as circunstâncias do crime e as consequências especialmente graves, com a orfandade dos filhos e o impacto emocional e psicológico sobre a família.
Esses elementos levaram à fixação da pena-elevada, posteriormente incrementada em razão das causas de aumento reconhecidas pelo júri, informou o TJGO.
Este foi o primeiro caso de feminicídio julgado na cidade.
O que aconteceu
O crime ocorreu em 28 de abril de 2025, na quitinete onde o casal residia, no Centro de Pirenópolis. O relacionamento era marcado por ciúmes excessivos, controle do uso do celular e inspeções no corpo da vítima em busca de sinais de suposta traição, informou o Ministério Público de Goiás (MPGO).
Na manhã dos fatos, vizinhos relataram terem ouvido discussão, pedidos para que a vontade da vítima fosse respeitada e, em seguida, gritos de socorro. Acionada, a Polícia Militar (PM) encontrou o réu nu sobre a vítima, também despida, desferindo golpes de faca em ambiente fechado e reduzido.
Os policiais interviram, deram voz de prisão ao agressor e acionaram o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e o Corpo de Bombeiros.
Aranalla foi inicialmente atendida em Pirenópolis e, depois, encaminhada para unidade hospitalar em Anápolis, onde permaneceu internada por quase um mês, mas não resistiu aos ferimentos.
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