Casos suspeitos de coronavírus crescem no Brasil, mas Anápolis segue livre da doença
Apesar do aumento no país, hipótese de nova quarentena ainda não é considerada pelo Governo Federal
Após cerca de 24h da confirmação do primeiro caso de coronavírus no Brasil, o número de pessoas oficialmente tratadas como suspeitas de ter o vírus no país é de 132, segundo o secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo. Na última sexta-feira (21), era apenas um caso.
O Ministério da Saúde recebeu as notificações das unidades federativas até a tarde desta quinta-feira (27), mas não analisou todos.
“Esse número não é definitivo. É muito maior que 132. Ficamos com 213 notificações ainda não analisadas. Elas podem ser todas consideradas suspeitas ou apenas uma parte, mas dá para a gente avaliar que, na verdade, temos perto de 300 casos suspeitos”, disse Gabbardo.
Segundo o secretário, esse aumento se explica em virtude do aumento do número de países com fluxo migratório intenso com o Brasil, e que têm pessoas com o vírus. Um exemplo é o primeiro caso confirmado no Brasil.
O homem de 61 anos não esteve na China, que concentra a maioria dos casos no mundo, e sim na Itália. Após a confirmação desse caso, pessoas com histórico de viagem à Itália, à França e à Alemanha e que apresentem febre somada a um sintoma respiratório também são tratadas como suspeitas de ter o coronavírus.
Anápolis, que abrigou na Ala 2 a quarentena com os repatriados da China, não conta com nenhum caso suspeito até o momento. Assintomáticos, os 58 brasileiros e parentes deixaram o hotel de trânsito da Base Aérea no último domingo (23) em direção às suas residências.
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (Semusa), não há registros nas unidades locais de nenhum cidadão apresentando sintomas. Apesar do aumento de casos suspeitos da doença no país, não há sinalização por Ministério da Saúde de instaurar uma nova quarentena na Ala 2.
“O emprego das Forças Armadas em novas situações, caso necessário, será avaliado tempestivamente”, afirmou o Ministério da Saúde à reportagem do Portal 6.
Critérios
O Ministério da Saúde tem usado como critérios de determinação de casos suspeitos: ter viajado para um dos 16 países da Ásia, Europa e Oriente Médio com casos da doença; não ter viajado, mas ter tido contato com esses viajantes ou ter tido contato com o caso confirmado no Brasil. Em todas as hipóteses, a pessoa é considerada como um caso suspeito se apresentar febre somada a um sintoma respiratório.
Os 16 países considerados na definição de casos suspeitos são: Austrália, China, Coreia do Sul, Coreia do Norte, Camboja, Filipinas, Japão, Malásia, Vietnã, Singapura, Tailândia, Itália, Alemanha, França, Irã e Emirados Árabes Unidos.
O secretário-executivo do ministério reforçou ainda a importância das medidas de prevenção para reduzir os riscos de contaminação da doença. A lavagem constante das mãos e evitar levá-las ao rosto e, principalmente, à boca; o uso de álcool em gel para esterilização das mãos e o não compartilhamento de utensílios de uso pessoal, como talheres, copos e travesseiros, entre outros.