Pelo terceiro ano seguido, La Niña marca primavera em Goiás e preocupa especialista
Influência do fenômeno pode evidenciar problemas estruturais de cidades e deixar poder público em alerta
Com início nesta quarta-feira (21), a primavera em Goiás começa com a retomada, aos poucos, das chuvas, que passam a ser mais intensas no decorrer dos meses. É o que aponta o Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo).
A partir de outubro, o tempo sofre influência do fenômeno La Niña pelo terceiro ano consecutivo – algo inédito e que preocupa os meteorologistas. “É um movimento global e pode causar tanto secas intensas quanto grande volume de precipitações. Para Goiás, o segundo cenário é o mais provável”, explica o gerente do Cimehgo, André Amorim.
A possibilidade de enchentes e inundações no período também é elevada. “A tendência é ocorrer grandes volumes de chuva em curtos períodos, causando transbordamentos, rompimento de barragens, queda de arvores e obstruções em redes de esgotos. É um dos alertas da estação”, afirma.
Ainda assim, segundo o Cimehgo, a previsão para o primeiro mês da primavera é de altas temperaturas. “As máximas devem se manter entre 32ºC e 33ºC na maioria das regiões. Conforme o período chuvoso for avançando, a tendência é que esses números começem a cair”, aponta.
O gerente do Cimehgo não descarta a possibilidade de ocorrer massas de ar frio que podem causar declínio de temperatura no estado. “A primavera é marcada por temporais, chuvas fortes, raios, descargas elétricas de grande intensidade, ventos fortes e queda de granizo. E ainda temos o La Niña que facilita os efeitos das massas de ar frio por aqui”, completa.
Para os produtores rurais, que iniciam o plantio nesta época do ano, a notícia é boa: o volume de chuvas deve ficar ou na média ou acima do padrão. “Ainda temos que aguardar para um prognóstico mais completo, mas esta é a tendência até o momento”, revela.