Os detalhes da operação que culminou na morte de sargento da PM em Anápolis
Agentes bateram no portão por dez minutos antes de arrombá-lo e, logo depois, eclodiram os sons de disparos de arma de fogo
As equipes que estiveram na casa do policial militar Welton da Silva Vieiga, numa operação para prendê-lo, na sexta-feira (27), em Anápolis, bateram no portão por dez minutos antes de arrombá-lo.
A ação reuniu policiais civis, que cumpririam mandados de prisão temporária e de busca e apreensão, e três policiais militares, indicados pela corregedoria, para dar suporte.
O Portal 6 apurou que a operação estava preparada desde o dia anterior e envolveu também três viaturas descaracterizadas da Polícia Civil (PC). Os agentes, porém, estavam uniformizados.
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As equipes que vieram de Goiânia para Anápolis pararam em um posto de combustíveis na entrada da cidade e todos foram informados sobre os objetivos da ação policial. Os delegados Rilmo Braga, gerente operacional da PC, e João Paulo Ferreira Mendes, responsável pela investigação, comandavam a ação.
A recomendação era: procurar por objetos ilícitos ou eletroeletrônicos que fossem importantes para a apuração do caso no qual o sargento Welton era suspeito. Trata-se do assassinato do fazendeiro Luiz Carlos Ribeiro da Silva, baleado na Avenida Brasil em dezembro do ano passado.
Na casa do policial militar, no Jardim Calixto, a viatura da PM, como solicitado, ficou em frente à residência. Delegados e agentes da Civil foram ao portão. Não havia campainha ou interfone. Os policiais então bateram no portão. E foram dez minutos sem resposta do outro lado.
Um policial civil subiu num muro vizinho e viu que havia quatro carros na garagem, portanto, era provável que houvesse gente em casa. Foi determinado então o arrombamento do portão.
As equipes entraram na casa aos gritos de ‘polícia, polícia’. Neste momento, eclodiram sons de disparos de arma de fogo, o que fez os agentes recuarem. Dois deles foram alvejados e ficaram feridos. Todos se esconderam para evitar o confronto.
Depois de cinco minutos, uma mulher, também integrante da PM, deixou a casa e deitou-se no chão, conforme determinação dos envolvidos na operação. Ela disse que Welton estava morto no interior da residência. Pela janela da garagem, os policiais viram o sargento caído no chão.
O Corpo de Bombeiros, o SAMU e a Polícia Técnico Científica foram acionados em seguida, e o alvo da investigação teve a morte confirmada.
MP pede informações
O Ministério Público de Goiás (MP) pediu, na tarde de sexta-feira, informações à Secretaria de Segurança Pública de Goiás sobre a operação que culminou na morte do sargento Welton da Silva Veiga.
No ofício, eles cobram detalhes da ocorrência e as providências adotadas até o momento pelas autoridades. O MP ainda solicitou a gravação integral, sem cortes, da ação policial.
PM era suspeito por assassinato
Como mostrou o Portal 6, sargento era suspeito de ter assassinado o fazendeiro Luiz Carlos Ribeiro da Silva. Os policiais civis que foram à casa do militar cumpriam mandado judicial relacionado a este caso.
De acordo com as investigações, o carro usado pelos criminosos que efetuaram disparos contra a vítima partiu da casa do sargento Welton e voltou para lá após ter evadido do local do crime. Além da prisão temporária, o mandado judicial previa busca e apreensão na casa do policial militar e quebra de sigilo telefônico.
O policial militar já respondia a ação penal aberta a partir das apurações da Operação Malavita – deflagrada em outubro de 2014 que identificou o envolvimento de policiais civis e militares com o tráfico de drogas em Anápolis.





