Projeto quer tornar bosque mais antigo de Goiânia como o Central Park, em Nova Iorque
Expectativa é que mudanças comecem em outubro e iniciativa também prevê alterações no setor Central
Com uma área de mais de 124 mil metros quadrados e um dos espaços verdes mais frondosos de Goiânia, o Bosque dos Buritis vem padecendo. Com trilhas para caminhada e lagos interligados, o parque mais antigo de Goiânia chegou a virar notícia de deposito de lixo e má conservação.
A ideia, agora, é dar uma guinada na imagem e conservação do parque – assim como a região Central, cuja a conservação foi deixada de lado e mancha a capital Art Déco.
Em março deste ano, o chamariz da cidade se tornou uma espécie de motel a céu aberto, chegando a ter cerca de 3 mil unidades e embalagens de camisinhas retirados do local. No entanto, a criação de um novo projeto pretende mudar essa realidade e, de quebra, trazer dinâmica de uso e ocupação semelhante ao Central Park, localizado em Nova Iorque.
Previsto para ser iniciado em outubro – mês do aniversário da cidade -, o Paço Municipal, por meio do grupo Grupo GT Fomento, formado pelas Secretarias Municipais de Finanças (Sefin), de Planejamento e Habitação (Seplanh) e de Desenvolvimento e Economia Criativa (Sedec), está com um projeto de requalificação do Setor Central que incluirá, no escopo, a revitalização do parque urbano.
A proposta paisagística será realizada pelo escritório carioca Marx e Cia Ltda, que foi contratado pela Sefin, e terá um custo total de 265,3 mil. O acordo tem duração de 12 meses e visa gerar emprego e renda para a cidade, além de criar saídas para o Setor Central e vários eixos entre eles.
De acordo com a pasta, o objetivo é que as mudanças possam, primeiramente, trazer ‘vida’ ao parque por meio de espetáculos e ações para o público. Um deles é a realização de um show das águas no lago principal do bosque, em que as fontes são ligadas e desligadas conforme o ritmo musical.
Outro intuito da proposta é tornar o Bosque dos Buritis um circuito, em que seja possível transitar por ele todo.
Ao mesmo tempo que apresenta benefícios, a iniciativa tem arrancado críticas de órgãos devido a mudança do Museu de Arte de Goiânia (MAG) e do Centro Livre de Arte para outra área do setor Central, possivelmente o Grande Hotel. Um dos grupos que já manifestou o descontentamento com a alteração foi a Associação dos Protetores do Bosque dos Buritis
Ao O Popular, a entidade afirmou que a ideia original era que o espaço fosse um ponto de integração entre cultura e meio ambiente e que, por isso, a ação seguiria um caminho contrário ao que já havia sido estabelecido.
O grupo também alegou não ter sido consultado sobre a revitalização da área e, ainda, afirmou que a ação não atende a demanda e requisitos cobrados pelos próprios moradores.
É importante de destacar que a proposta também deixa em branco a situação do cercamento do Bosque do Buritis – que aconteceu em março deste ano, após a Agência Municipal de Meio Ambiente (Amma) estabelecer medidas para uso do local, devido a retirada de 300 quilos de lixo e 3 mil preservativos deixado na área da mata.