Quem é o primeiro goiano condenado pelo STF por participar dos atos golpistas em Brasília

Julgamento aconteceu durante plenário virtual e contou com voto de sete dos 11 ministros

Gabriella Pinheiro Gabriella Pinheiro -
Quem é o primeiro goiano condenado pelo STF por participar dos atos golpistas em Brasília
(Foto: Captura/Reprodução)

Foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), na terça-feira (17), o goiano Marcelo Lopes do Carmo por crimes relacionados aos atos golpistas ocorridos no dia 08 de janeiro – que depredaram a sede dos Três Poderes em Brasília (DF).

O julgamento aconteceu durante um plenário virtual e contou com o voto de sete dos 11 ministros. Apesar da pena ainda não ter sido definida, ele pode pegar entre 15 e 17 anos de prisão.

Morador de Aparecida de Goiânia e com 39 anos de idade, Marcelo foi condenado pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de estado, dano qualificado, deterioração do patrimônio tombado e associação criminosa armada.

Em depoimento, o goiano alegou que havia ido até a capital federal no dia 07 de janeiro por meio de um ônibus de excursão – desembolsando o valor de R$ 20 – e dormido em um acampamento em frente ao quartel do exército.

Ele também afirmou que se uniu à manifestação no intuito pacífico e que não depredou nenhum bem público, entrando no palácio apenas para se abrigar dos conflitos de violência que ocorriam na parte externa.

Ainda no interrogatório, o goiano disse que não tinha a intenção de dar um golpe ou depor contra o governo eleito, mas que apenas queria demonstrar descontentamento.

Marcelo ainda alegou não ter visto nenhuma pessoa danificando os prédios e que não havia nenhuma barreira impedindo a entrada das pessoas no local.

Em contrapartida, o ministro Alexandre de Moraes, que é o relator do caso, afirmou que a versão apresentada por Marcelo não reflete a realidade dos fatos, uma vez que o réu chegou a gravar vídeos que mostravam ele sendo detido na barreira e usando máscaras para lidar com o efeito do gás lançado pela segurança.

“Fica claro, também, que havia barreiras e mecanismos de contenção para que não se chegassem à Praça dos Três Poderes aos prédios-sedes, e que eles foram derrubados pelos manifestantes”, diz.

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