Detector de metais é utilizado de forma incorreta, revela servidora de colégio onde alunos entraram com armas em Anápolis
Pasta informou que a recomendação é para que todas as pessoas que adentrarem a unidade passem pela revista
Após ocorrer a repercussão de registros de adolescentes exibindo armas de brinquedo na cintura, em fotos tiradas dentro do Colégio Estadual Polivalente Frei João Batista, a Secretaria do Estado de Educação de Goiás (SEDUC) vai reforçar a normativa de uso diário dos aparelhos detectores de metais. A publicidade gerou alvoroço nas redes sociais ao colocar em xeque a legitimidade ou não dos objetos.
O Portal 6 teve acesso aos materiais, onde um deles mostra dois alunos com pistolas na cintura, posando para a foto com emojis no rosto – prática comum utilizada para ‘ostentar’ sem revelar a identidade.
Em nota, enviada ao Portal 6, a pasta informou que a recomendação é para que todas as pessoas que adentrarem a unidade passarem pela revista. Essa ação tem como intuito coibir a entrada de armas em geral nas instituições.
“Informamos ainda que a unidade escolar é equipada com detector de metal e que a Secretaria de Estado da Educação orienta a utilização diária em todas as pessoas que entram na unidade escolar”, emitiu, via comunicado.
Entretanto, uma servidora do colégio, que pediu para não ser identificada, adiantou que o aparelho detector de metais é utilizado diariamente na unidade – mas sem efeito. “Apita o tempo todo e para todos. Então apita, mas todo mundo entra do mesmo jeito”, diz.
Violência nas escolas
Após a ocorrência de casos de violência em escolas, muito comuns nos Estados Unidos, mas que também se alastraram por várias regiões do Brasil em 2023 e 2024, culminando até em atentados, a política do uso de detectores de metal se tornou uma recomendação quase geral para unidades de ensino.
Em Anápolis, um caso que chamou a atenção, apesar de ter ocorrido fora das dependências do colégio, foi a morte a facadas de Nicollas Lima Serafim, de apenas 14 anos, após uma briga entre alunos eclodir na saída da aula. Na época, a mãe do rival da vítima usou de um martelo para agredir adolescentes, juntamente com o filho mais velho dela, que desferiu facadas.
No caso do Colégio Estadual Polivalente Frei João Batista, tudo indica que as fotos tenham sido apenas fruto de uma brincadeira. Entretanto, prezando pela devida apuração do caso, a SEDUC afirmou que a gestão escolar está analisando se ocorreu o uso correto do detector de metais, juntamente com uma equipe da Superintendência de Segurança.
Leia nota da Seduc, na íntegra:
A Secretaria de Estado da Educação de Goiás (Seduc/GO) informa sobre fatos ocorridos no Colégio Polivalente Frei João Batista, em Anápolis:
• Conforme a Coordenação Regional de Educação, o fato só chegou ao conhecimento da unidade escolar na noite de quinta-feira e a equipe gestora já agendou uma reunião com os pais dos estudantes para a tarde de hoje.
• Seguindo o Protocolo de Segurança Escolar, vigente na rede estadual desde 2019, a equipe gestora acionou a Polícia Militar e o Conselho Tutelar.
• A Gestão escolar afirmou que a foto é antiga e está sendo usada por grupos de redes sociais da cidade. A unidade escolar tem mais de 2 mil alunos e não teve em 2024 nenhum caso relacionado a violência.
• Informamos ainda que a unidade escolar é equipada com detector de metal e que a Secretaria de Estado da Educação orienta a utilização diária em todos as pessoas que entram na unidade escolar.
• A gestão escolar está analisando se ocorreu o uso correto de detector de metais e uma equipe da Superintendência de segurança está averiguando a situação.
• A Seduc/GO reafirma seu compromisso com a segurança de todos os estudantes e segue atuando para fortalecer as medidas de proteção no ambiente escolar.