RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Selton Mello foi um dos convidados de Serginho Groisman no Altas Horas (Globo), na madrugada deste domingo (7). No papo com o apresentador, ele voltou a falar sobre o antigo vício em remédios para emagrecer: Era através dos medicamentos que conseguia perder peso suficiente para interpretar determinados papéis.
O ator acabou pagando um alto preço para estar em forma. “Não recomendo, porque aquilo me fez muito mal. Eu tomava coisas de médicos da moda, e fiquei anos viciado nisso”, contou. “Aquilo ali não era o meu normal. Eu estava dopado e eu não passaria no doping”.
Ele disse ainda que os moderadores de apetite tiveram um efeito devastador sobre a sua saúde mental. “Eles me levaram a um estado de depressão”. Em entrevista recente à revista GQ, Selton deu mais detalhes sobre essa fase.
O ator explicou que precisou emagrecer drasticamente durante as gravações do filme “Lavoura Arcaica” (2001), quando recorreu a remédios. Viciou.
“Virou uma muleta. Precisei perder muito peso, virar um esqueleto. Chegou um momento de droga, anfetamina e comecei a parar de comer. Na reta final, entrei com diurético e só consumia líquidos”. Foi através dos remédios que chegou à forma em que aparece ao interpretar Chicó, de “O Auto da Compadecida” (2000). A parte 2 do filme, exibida no sábado (7), na CCXP, estreia nos cinemas no Natal.
“O Chicó é magrinho daquele jeito porque eu estava drogado. Virou uma roleta-russa. Parava, engordava, começava outro filme e vinha a anfetamina. Esse efeito sanfona era um amor pelos personagens e um desamor por mim mesmo”, disse.
Ele contou que decidiu buscar ajuda médica em 2009, quando fazia uso exagerado de anfetamina, mas não sentia “efeito”. Atualmente, diz que sua autoestima não é lá grandes coisas, mas não faz mais uso de substâncias químicas para emagrecer. Selton, inclusive, teve que engordar quase 20 quilos para interpretar o ex-deputado Rubens Paiva em “Ainda Estou Aqui”, filme que pode levá-lo ao Oscar.