Márcio Corrêa critica “jogo de empurra” da Equatorial com as empresas de internet e diz que Prefeitura de Anápolis não ficará “inerte”

Para o prefeito, é responsabilidade da companhia fiscalizar os cabos instalados nos postes. Concessionária, por outro lado, afirma que empresas precisam solicitar os ajustes

Natália Sezil Natália Sezil -
Márcio Corrêa (PL) após audiência com a Equatorial. (Foto: Paulo Roberto Belém/Portal 6)
Márcio Corrêa (PL) após audiência com a Equatorial. (Foto: Paulo Roberto Belém/Portal 6)

A Prefeitura de Anápolis e a Equatorial ficaram frente a frente pela primeira vez desde a trágica morte de João Victor Gontijo Oliveira, de 10 anos, vítima de choque elétrico na Vila Jussara. Uma audiência realizada junto ao Ministério Público de Goiás (MPGO) aconteceu nesta terça-feira (30), 11 dias após o acidente.

Até então, ninguém foi oficialmente responsabilizado pelo fio solto energizado que atingiu João Victor – o que só deve acontecer após a conclusão de uma segunda perícia.

Em coletiva de imprensa logo após a audiência, o prefeito Márcio Corrêa (PL) alegou que o que acontece agora é que a Equatorial, que tem a concessão dos postes de energia elétrica, “está lavando as mãos dentro da responsabilidade”.

“[Está] a todo momento esquivando da sua responsabilidade, jogando-a para empresas de telecomunicação e de internet, e essas empresas também [estão] jogando a sua responsabilidade na Equatorial”, disse.

Márcio alega que a companhia está “inerte” diante do problema – pois deveria fiscalizar as empresas que instalam fios nos postes, já que tem a concessão sobre eles.

Em nota, a Equatorial disse outra coisa. Nas palavras da companhia, “a norma estabelece que a responsabilidade pela instalação, ordenação e manutenção dos fios de telefonia e internet é das empresas de telecomunicações, cabendo às distribuidoras a fiscalização e notificação para que os ajustes necessários sejam providenciados”.

Quanto às ditas empresas de telecomunicação, o prefeito defende que elas também não têm atuado de forma efetiva.

“Só teve movimentação agora que mexeu no bolso deles. Ontem, quando começamos a tirar os cabos irregulares, apareceram dezenas de empresas”.

Por isso, segundo o gestor municipal, o próximo passo nesse processo é se reunir com as empresas provedoras de internet – em uma nova audiência convocada para a próxima terça-feira (07).

De acordo com o promotor de Justiça Alberto Francisco Cachuba Júnior, o MPGO “já tem um procedimento para tentar coibir essa invasão desordenada dos cabos de forma irregular nos postes” desde o início de 2025, mas “até hoje não teve sucesso”.

Alberto Francisco Cachuba Júnior, promotor de Justiça. (Foto: Paulo Roberto Belém/Portal 6)

Alberto Francisco Cachuba Júnior, promotor de Justiça. (Foto: Paulo Roberto Belém/Portal 6)

Leia a nota da Equatorial na íntegra:

A Equatorial Goiás participou, nesta terça-feira (30), de reunião no Ministério Público de Anápolis para tratar da situação dos cabos de telefonia instalados nos postes da cidade. No encontro, ficou definido, em alinhamento com a Prefeitura e o Ministério Público, a realização de nova reunião com a participação das empresas de telecomunicações, com o objetivo de dar início a um plano de trabalho voltado ao reordenamento desses cabos.

A companhia entende que a iniciativa reforça a importância do diálogo permanente entre Ministério Público, Prefeitura, empresas de telecomunicações e distribuidora, como pilar essencial de transparência, cooperação institucional e proximidade com a sociedade.

Na ocasião, a Equatorial Goiás apresentou o trabalho já realizado em conformidade com a Resolução Conjunta nº 004/14, Aneel e Anatel. A norma estabelece que a responsabilidade pela instalação, ordenação e manutenção dos fios de telefonia e internet é das empresas de telecomunicações, cabendo às distribuidoras a fiscalização e notificação para que os ajustes necessários sejam providenciados.

Desde o início da concessão, há pouco mais de dois anos e meio, a Equatorial Goiás realizou mais de 311 mil fiscalizações em postes em todo o estado, que resultaram em aproximadamente 174 mil notificações encaminhadas a cerca de 473 empresas de telecomunicações.

A companhia ressalta ainda que, do valor arrecadado pelo compartilhamento dos postes, 40% são destinados a tributos e 60% à amortização tarifária, contribuindo para a modicidade tarifária e a redução do valor da conta de energia paga pelos consumidores, conforme modelo aplicado em todo o país.

Assessoria de Imprensa da Equatorial Goiás

 

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Natália Sezil

Natália Sezil

Estudante de Jornalismo na Universidade Federal de Goiás, é estagiária do Portal 6 e atua na cobertura do cotidiano. Apaixonada por boas histórias, gosta de ouvir as pessoas, entender contextos e transformar relatos em narrativas que informam e conectam o público.

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