Estudantes da UniEvangélica reclamam de ação policial e dizem que o evento teve aval da reitoria
Institucionalmente, a UniEvangélica diz que não pode se responsabilizar pelo o que aconteceu fora de seus portões
O desfecho da festa de rua organizada pela união das atléticas da UniEvangélica deixou sequelas. Para os moradores, o lixo na porta de casa e o cheiro de urina após uma tarde de muito barulho e confusão. Do lado dos estudantes ainda há os que estão se recuperado do gás lacrimogênio, lançado pelos policiais do CPE (Comando de Policiamento Especializado) para terminar com o conturbado evento. Cerca de 50 ligações foram recebidas pelo 190 da PM, inclusive de dentro do centro universitário, reclamando da bagunça.
A reitoria da UniEvangélica ficou em silêncio até o final da tarde desta segunda-feira (28). Dela saiu o coordenador do Programa de Apoio ao Discente professor Roberto Alves, escalado para falar com a imprensa. Institucionalmente, a UniEvangélica diz que não pode se responsabilizar pelo o que aconteceu fora de seus portões. Segundo Roberto, os estudantes tinham autorização para fazer uma recepção de boas-vindas aos vestibulandos e não a festa que promoveram na rua.
“O que aconteceu ontem foi algo totalmente extraordinário e fora do acordo. O acordo feito [entre a UniEvangélica, a PM e as atléticas] era que tudo parasse às 13h com o início das provas”, contou. Ele disse ainda que não estava autorizado para comentar sobre a atuação da polícia.
Falando pelos estudantes, o acadêmico de Odontologia, e presidente da Atlética, Guilherme Alves de Oliveira, de 23 anos, disse à reportagem do Portal 6 que tinha autorização para o evento e contato direto com os organizadores do vestibular, que não pediram para que o som fosse diminuído. Segundo ele, festas assim ocorrem somente quando há realização de vestibular.
Sobre a abordagem policial, Guilherme disse que os estudantes foram tratados como bandidos. “Ali eram apenas universitários se divertindo e nos trataram como bandidos. Em relação ao gás creio que não usariam esse gás se não fosse para trazer dano e isso foi realizado com êxito. Vi muitos vomitando e tendo até ataque de asma. E não atingiu só os universitários, mas também os comerciantes que ali estavam”. Ele disse que não acredita em punição alguma para as atléticas. “Creio que tudo serve de aprendizado e para o próximo [vestibular] vamos fazer algumas adequações para que não ajam tantas intercorrências”. A UniEvangélica, entretanto, estuda quais medidas tomar.
A reportagem do Portal 6 procurou a Diretoria de Postura e a Companhia Municipal de Trânsito e Transportes (CMTT). Por meio de nota enviada pela Secretaria Municipal de Comunicação (Secom), a Postura disse que esteve no local e contou ter ajudado na apreensão dos carros. Já a CMTT, afirmou ter se deslocado até à UniEvangélica, mas após serem ameaçados, os agentes se retiraram por questão de segurança. Segundo o 28º Batalhão da PM, os policiais foram recebidos com garrafadas quando retornaram ao local pela terceira vez para conter a festa de rua.
“Clima de guerra”
Na Câmara Municipal a festa dos estudantes foi criticada pelo vereador Gleimo Martins (PTN).“Foi um clima bem hostil, garrafas jogadas para todo lado. Fiquei preocupado com a juventude”. Para o parlamentar, enquanto havia centenas de jovens prestando vestibular, preocupados com o futuro, outros estavam “na bebedeira”. “Foi um clima de guerra”, emendou.