Evangélica, estudante que abandonou e ateou fogo em recém-nascido disse que não consegue mais falar com Deus

Portal 6 teve acesso a íntegra do depoimento. Jovem também falou que nunca quis o bebê e tentou fazer, sem sucesso, abortos para retirá-lo

Denilson Boaventura Denilson Boaventura -
(Foto: Reprodução/ Facebook)Evangélica, estudante que abandonou e ateou fogo em recém-nascido disse que não consegue mais falar com Deus
(Foto: Reprodução/ Facebook)

A estudante Isabella Freire, de 24 anos, presa em flagrante nesta quarta-feira (12) por ter jogado o filho recém-nascido em um lote baldio do Residencial das Cerejeiras, bairro periférico da região Leste de Anápolis, disse em depoimento à Polícia Civil (PC) que não consegue mais falar com Deus. “Porque sei que não serei perdoada”, declarou a jovem, que é evangélica e chorou durante todo o tempo em que esteve frente a frente com os investigadores.

A íntegra do documento foi obtida pelo Portal 6. Nele, Isabella Freire contou ainda que se arrepende de tudo o que fez, mas que não enxergou outra saída porque ninguém poderia saber dessa gravidez. Ela também revelou que nunca quis ter o bebê e após conversar com o namorado e tomar a decisão em conjunto com ele, tentou, sem sucesso, vários abortos.

Segundo a jovem, os dois mantinham um relacionamento há mais de dois anos e ela o enganou falando que havia conseguido tirar o bebê. Além dele, Isabella Freire disse em depoimento que também conseguiu esconder a gestação da mãe com quem dividia residência no Maracanã. O pai mora nos Estados Unidos e foi outro que, conforme a jovem, não ficou sabendo da gravidez.

Isabella Freire garantiu não ter feito pré-natal. Ela narrou ter engordado 5 kg, quantidade suficiente para não ser notada nem mesmo no hospital privado onde atuava na Farmácia Especializada da unidade. A faculdade de farmácia, em uma instituição particular da cidade, está trancada. A jovem contou que perdeu o financiamento e também não falou sobre isso para mãe, que veio de Itapuranga para Anápolis em 2013 para que a filha pudesse estudar.

Itapuranga, aliás, foi o local em que a mãe decidir passar uns dias. E justamente neste período, segundo a jovem, ela começou a se sentir mal. As dores, conforme Isabella Freire, se intensificaram e no último dia 03 de maio, ela pegou um Ford Ecosport na garagem e dirigiu até a Santa Casa de Anápolis, onde deu a luz a um menino de dois quilos que nasceu 100% saudável, mas precisou ficar dois dias na unidade de saúde em observação.

O abandono e ateamento de fogo ocorreu na última segunda-feira (10) e a jovem disse em depoimento que antes do ato cruel, o recém-nascido ficou em um quarto e não foi amamentado. O corpo carbonizado só foi percebido na manhã de hoje depois que um cachorro o arrastou para rua. Foi graças à pulseirinha da Santa Casa com o nome dela e do bebê e imagens de câmeras de segurança que as autoridades conseguiram localizar e prendê-la em casa.

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