Christiano Mamedio tem nova derrota na Justiça e caminha para enfrentar júri popular
Reincidente em dirigir bêbado, empresário provocou acidente que matou jovem e adolescente que estavam indo para o trabalho
Assim como todo dia 03 de cada mês, esta quinta-feira (03) vem sendo triste para Michelle Pires, mãe do adolescente Emanuel Felipe Pires, que faleceu aos 15 anos vítima de um crime de trânsito em Anápolis.
A data de hoje marca o aniversário de um ano e quatro meses desde a fatalidade que desolou a família e comoveu o município.
Engajada desde o primeiro dia na busca por justiça, Michelle recebeu uma notícia muito importante na quarta-feira (02). O juiz Gustavo Braga Carvalho, da 5ª Vara Criminal da Comarca de Anápolis, optou por manter a decisão de júri popular para Christiano Mamedio.
Ao Portal 6, a mãe de Emanuel ressaltou a missão de agir em favor da honra do filho e explicou quais devem ser os próximos passos no desenvolvimento do caso.
“O juiz está convicto que o crime foi doloso e, por isso, manteve a sentença de pronúncia. Agora, caberá ao Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO) manter essa decisão”, afirmou.
“Eu acredito na Justiça. Meu objetivo desde aquele fatídico dia é honrar e representar meu filho, que sequer teve direito de se defender”, completou Michelle.
O empresário, que trocou por diversas vezes a equipe de defesa, havia recorrido da possibilidade de enfrentar um júri popular recentemente.
No documento, o mais recente advogado chegou a afirmar que “o acidente se originou por culpa exclusiva da vítima que conduzia o caminhão”.
A falta do uso do cinto de segurança e o fato do veículo em que eles se deslocavam ser antigo e estar carregado de tijolos também foram argumentos apresentados para tentar responsabilizar as vítimas pelo episódio.
Em uma contrarrazão do Ministério Público de Goiás (MPGO), preparada em resposta, os pontos foram questionados pelo promotor Eliseu Antônio da Silva, da 16ª Promotoria de Justiça.
“Por incrível que pareça, o acusado, por meio do advogado, está dizendo que se as vítimas não tivessem acordado bem cedo para ir trabalhar e que se não fossem pobres, por ter um caminhão tão velho e obsoleto como defenderam, elas não teriam morrido naquele dia”, destacou.
“Só faltou dizer que se não tivessem nascido, também não teriam morrido”, finalizou.
O promotor ainda definiu como vergonhosa a atitude de tentar culpabilizar as vítimas e reafirmou que “se o réu não tivesse ‘furado’ o sinal vermelho em alta velocidade e embriagado, as três vítimas não teriam sofrido nenhum arranhão. Simples assim!”.
Relembre o caso
No dia 03 de outubro de 2021, Christiano Mamedio trafegava pela Avenida Brasil Sul em uma VW Amarok, sob efeito de álcool, quando acabou acertando o automóvel que transportava Emanuel e duas outras pessoas.
A colisão acabou sendo fatal para o adolescente e para o jovem Eurípedes Tomé da Costa, de 26 anos, que também se preparava para mais um dia de trabalho.
O motorista do caminhão, Fabiano Mendonça da Silva, foi outro gravemente ferido no crime, mas conseguiu sobreviver.