Família pede ajuda para encontrar jovem que fugiu de ‘campo de concentração’ de pastores de Anápolis
"Confiei por me falarem que era um pastor que cuidava", afirmou a mãe do rapaz ao Portal 6
Entre os internos das clínicas de recuperação clandestinas, que foram comparadas à ‘campos de concentração’ e desmontadas pela Polícia Civil (PC), estava um jovem de 19 anos, que desapareceu há 9 dias, desde a operação deflagrada, na última quarta-feira (30).
A mãe de Lucas Alves de Moura temia a possibilidade dele ter sido ocultado pelos próprios gestores da clínica, mas o rapaz teria sido visto pelas autoridades circulando em Anápolis na última segunda-feira (04).
Ao Portal 6, Miraci Alves Lima relatou que havia internado o jovem no dia 27 de agosto, logo depois de retirar de uma das unidades o outro filho mais velho, de 24 anos. Ambos têm transtornos mentais e ficaram cada um em uma das clínicas interditadas.
“Eu pagava R$ 1.300 por mês por ele. Internei quando tirei o mais velho da outra clínica, a primeira a ser descoberta pela polícia. Eu vi que meu filho tinha sido agredido lá, pergunto e ele fala e mostra machucados, mas é muito fechado e não dá maiores detalhes. Confiei e coloquei o outro irmão por me falarem que era um pastor que cuidava”, relatou.
Ela revelou que o filho mais velho teria ficado traumatizado e teme profundamente ser internado outra vez. Também disse que nunca havia visitado as clínicas, e que percebeu o desaparecimento do filho mais novo só quando viu o local ser descoberto no noticiário.
“Não tive nenhuma notícia dele desde então. A clínica que ele estava ficava na saída para Brasília. Ele é esquizofrênico e não sei se fugiu mesmo ou se foi escondido pelos funcionários da clínica, já que faziam tantas coisas ilegais”, revelou.
Informações sobre o rapaz podem ser repassadas para a família através do telefone 62 9 9263 2665.
Relembre
A equipe da Delegacia Especializada no Atendimento ao Idoso (DEAI), em Anápolis, fez uma descoberta chocante, na noite do dia 29 de agosto, na zona rural de Anápolis – acessada via BR-414.
Uma operação desarticulou uma clínica clandestina, na qual cerca de 50 pessoas pagavam por tratamentos, mas eram vítimas de diversas irregularidades, a ponto do local ser comparado a um campo de concentração pelo delegado responsável pela investigação, Manoel Vanderic.
No dia 31, dois dias após a primeira descoberta, outra clínica foi descoberta. Nela foram resgatados 43 deficientes intelectuais, de mais uma ação clandestina na cidade, gerida pelo mesmo casal de pastores, proprietários da Amparo Centro Terapêutico.