Cirurgião plástico de Goiânia explica riscos e cuidados ao fazer uma lipoaspiração
Segurança em torno da cirurgia se tornou assunto nas redes após jovem, de 25 anos, morrer durante procedimento
Os riscos e a segurança na hora de realizar uma lipoaspiração – operação cirúrgica estética que remove gordura de diferentes partes do corpo – se tornaram assunto nas redes sociais, após a jovem Dayana Loy de Oliveira Freire, de apenas 25 anos, falecer na terça-feira (12), em Goiânia, enquanto fazia a cirurgia.
Ao Portal 6, o médico especialista em cirurgia plástica e membro das Sociedades Brasileira e Internacional de Cirurgia Plástica (SBCP e ISAPS), Danillo Dalul, afirmou que, embora seja possível ocorrer um óbito durante tais procedimentos, há uma série de cuidados que podem ser tomados para diminuir as chances de fatalidades, que são abaixo de 0,5%.
De acordo com o profissional, o paciente ideal é aquele que possui boa saúde, e, caso tenha doenças pré-existentes, que estejam controladas.
“Ter pressão alta ou diabetes não impede uma pessoa de realizar uma cirurgia, desde que tenha acompanhamento e tratamento”, destacou.
No entanto, segundo ele, há doenças que são contraindicadas no caso de cirurgias eletivas, como as autoimunes, uma vez que aumentam as chances de rejeição de próteses e o processo de cicatrização se torna mais complexo.
No que diz respeito ao paciente, um dos principais cuidados a se ter, antes mesmo de deitar na mesa cirúrgica, é a busca por informação e profissionais e instituições de qualidade. Além disso, o cirurgião aponta que é necessário ser psicologicamente equilibrado e também ter índice de gordura saudável.
“A lipoaspiração não tem como objetivo o emagrecimento, embora seja uma consequência. A missão principal é melhorar o formato corporal. Quanto mais a pessoa perde peso antes da cirurgia, desde que de forma saudável, melhor”, diz.
Para evitar complicações como embolia pulmonar, trombose e bradicardia (batimentos cardíacos lentos), sendo esta a causa da morte de Dayana, ele explica que uma série de exames são feitos para identificar possíveis riscos.
“Realizamos uma série de exames clínicos e analisamos o histórico familiar da pessoa. Também pesquisamos se há o uso de substâncias e medicações que podem alterar o funcionamento cardíaco, como drogas ilícitas e também é feito uma avaliação anestesiológica”, afirma.
Durante a operação, ao identificar o perfil da pessoa, a equipe médica segue uma série de protocolos para garantir a segurança, como a administração de medicações, hidratação e monitoramento dos sinais vitais. Em casos de maior risco de trombose, por exemplo, é possível aplicar anticoagulantes e fazer uso de um aparelho compressor que promove a circulação das pernas.
Já os cuidados pós-operatórios também são essenciais e recaem principalmente sobre o paciente.
“É preciso seguir os protocolos estabelecidos pelo médico, tomando os medicamentos da forma correta, fazendo leves caminhadas e se hidratando. A cirurgia não acaba quando o último ponto é fechado. Ainda há aproximadamente 30 dias de recuperação”, apontou.