Trabalhadores pagaram caro em transportes por aplicativo após paralisação de motoristas da Urban

Mesmo com preço "salgado", moradores aceitaram propostas para não sofrerem represálias no serviço

Durante o caos instaurado na manhã desta quarta-feira (07) em Anápolis, diante à paralisação dos motoristas de ônibus, diversos anapolinos ficaram “presos” dentro do terminal urbano, sem que os veículos saíssem da estação.

Com prazo para chegarem ao trabalho, foram muitos os que, sem poder aguardar, optaram por pedir corridas por aplicativo, o que fez o preço da dinâmica em toda a cidade subir consideravelmente.

Em entrevista ao Portal 6, a técnica em enfermagem Cristina Aparecida contou que diversas colegas, que estavam no terminal por volta das 08h, sofreram para encontrar uma carona.

“Por conta da demanda, tinha muito mais gente querendo corrida do que motoristas disponíveis, daí eles [motoristas] estavam vendo quem ia para o mesmo destino. No caso, minhas amigas tinham que ir para o Ânima e aí os motoristas estavam cobrando R$ 100 para deixar todo mundo lá”, revelou.

Ainda que os colegas tivessem achado o preço “salgado”, optaram por aceitar a proposta, em vez de lidarem com represálias no trabalho.

“Eu mesma não estava lá, porque pego o turno da noite, mas precisei pegar uma corrida daqui das Nações Unidas até o Jundiaí, de moto o que dava normalmente R$ 14 estava dando mais de R$ 30”, afirmou.

Em tempo

O Portal 6 apurou, junto ao presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Município Anápolis (Sittra), Adair Rodrigues, que a situação foi uma resposta à falta de reajuste nos vencimentos dos servidores, que cobram a demanda há mais de 09 meses.

“A categoria está tão ansiosa que decidiu fazer um manifesto, que parou todo o transporte coletivo. Desde junho que tentamos negociar o salário dos funcionários e nem contraproposta da empresa [Urban] recebemos”, afirmou.

Até o final da tarde desta quarta-feira (07), a paralisação se mantinha.