Pilhas de alimentos são registradas sendo descartadas no Ceasa Anápolis

Segundo um dos comerciantes que atua na unidade, essa situação teria uma explicação prática

Samuel Leão Samuel Leão -
Pilhas de alimentos são registradas sendo descartadas no Ceasa Anápolis
Desperdício de alimentos no Ceasa Anápolis. (Foto: Reprodução)

São tomates, pepinos, repolhos, melancias, laranjas e até pêssegos aos montes, que poderiam ter alimentado dezenas de pessoas, mas foram descartados e colocados ao lado de lixeiras. O registro, que mostra a grande quantidade de alimentos, foi feito na manhã desta segunda-feira (30), no Ceasa de Anápolis.

O Portal 6 recebeu fotos e vídeos do acúmulo de alimentos, tantos que sequer cabem nas caçambas e transbordam pelo chão. Segundo um dos comerciantes que atua na unidade, e preferiu não ser identificado, essa situação teria uma explicação prática.

“Semana passada o tomate estava R$ 170 e o de segunda marcando na faixa de R$ 60 e R$ 55. Para o começo desta semana, acabou dando problema porque tem muito produzido, e se tem muito alguma parte vai perder, porque é um produto perecível que precisa de saída ágil”, explicou.

Ainda segundo ele, o tomate de segunda, atualmente, está custando cerca de R$ 25, de modo que essa queda vertiginosa na cotação teria motivado os produtores a se livrarem do excedente da produção. O mesmo teria ocorrido com outros alimentos também descartados – cena que não é incomum por lá.

“É uma pena, porque querendo ou não aquilo ali gera desperdício. Entretanto, grande parte do que vai descartado será recolhido por pessoas mais necessitadas, que recolhem os excedentes do Ceasa regularmente para se alimentarem”, complementou.

Portanto, essa realidade seria recorrente e, mesmo com a percepção de que os produtos são descartados e, em seguida, recolhidos por famílias que precisam do alimento – pelo menos neste fim de ano, a gestão municipal, que é responsável pela unidade,  não teria organizado o excedente para garantir uma destinação mais organizada.

A reportagem entrou em contato com a Prefeitura de Anápolis, para entender essa realidade e buscar uma explicação para a falta de organização no descarte dos alimentos, possibilitando um maior proveito dos mesmos – o que beneficiaria a população. Todavia, até o momento da publicação desta matéria, a gestão não havia se pronunciado.

Problema maior

Ao conversar com produtores, outras questões foram levantadas e que atrapalhariam a atuação deles e até geram insegurança no local. Construído há muitos anos, o mercado segue com a mesma estrutura desde então, sem reformas expressivas.

“Vale falar da falta de infraestrutura que o Ceasa apresenta há anos, os muros são todos quebrados. Para quê uma portaria se dá para entrar por qualquer lado? Isso gera até insegurança para as empresas que atuam aqui”, contou.

Além disso, a desorganização e a sujeira são outros pontos levantados. A limpeza, que é de responsabilidade da Prefeitura, seria precária, de modo que os comerciantes temem a ocorrência de contaminações e pragas, visto que o local sempre apresenta resíduos e não é devidamente higienizado pelo poder público.

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