Diretor-geral da PRF explica porque policiais não querem que corporação passe a se chamar PVF
Antônio Fernando Oliveira defendeu que a "sociedade brasileira conhece e reconhece a PRF como uma estrutura de excelência na segurança pública"
O diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Antônio Fernando Oliveira, comentou, em coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira (22), em Anápolis, sobre as mudanças que poderão acompanhar a reestruturação da PRF, com a possibilidade do órgão passar a ser conhecido como Polícia Viária Federal (PVF). A mudança da sigla adiantou, inclusive, foi rechaçada pela corporação.
A alteração foi anunciada pelo Ministro da Justiça e Segurança Pública do Brasil, Ricardo Lewandowski, como parte de alterações que pretende trazer para a PEC de Segurança Pública, a pedido do Presidente Lula (PT).
Com a possível alteração, o diretor-geral da PRF esclareceu, durante a inauguração da nova delegacia do órgão em Anápolis, às margens da BR-060, que os agentes passarão a ocupar, de forma ordinária, o policiamento em hidrovias, ferrovias e rodovias, além da segurança aos prédios e patrimônios da União.
Ele esclareceu que a proposta demonstra o reconhecimento à importância da segurança pública por parte do Governo Federal, que reconheceu os “vácuos” existentes na conjectura atual.
“Na estrutura federal, nós temos um vácuo de presença de uma polícia ostensiva. Nós temos um excelente trabalho prestado pela Polícia Federal, mas o policiamento ostensivo, pela Constituição […] a PRF está adstrita às rodovias nacionais”, pontuou.
Apesar da proposta, Antônio Fernando deixou claro que a PRF já atua em outros campos, que não rodovias, mas sempre em forma de apoio às instituições que possuem atribuições nessas áreas. Assim, a mudança institucionaliza essas atribuições e proporciona meios dos agentes efetuarem o trabalho de forma célere.
A citar exemplos, ele comentou sobre a atuação do órgão, em parceria com o Ministério do Trabalho, em ações voltadas ao combate ao trabalho análogo à escravidão.
“A PRF já faz muito desse [novo] trabalho. A gente vai continuar fazendo esse trabalho ostensivo, lógico, com uma estrutura ainda maior. Essa PEC em nada afeta as atribuições das polícias estaduais, que continuam como é hoje”, salientou.
Mudança do nome
O diretor-geral do órgão esclareceu que a possível mudança da sigla para PVF ainda não foi bem assimilada pela base da instituição, muito por conta da falta de tempo para discuti-la, destacando também que a corporação já é bem aceita e conhecida pela população.
“A base não gosta que mude a marca PRF, é uma coisa importante, e nós vamos, sim, trabalhar pela permanência da marca. A sociedade brasileira conhece e reconhece a PRF como uma estrutura de excelência na segurança pública”, finalizou.