Corpos de equinos que morreram em abatedouro clandestino de Anápolis passam por necrópsia; veja as descobertas
Médica veterinária responsável pelo procedimento detalhou ao Portal 6 quais foram as descobertas feitas no exame


Dos 40 equinos resgatados do abatedouro clandestino descoberto no último domingo (09), na zona rural do Bairro da Lapa, em Anápolis, dois acabaram morrendo e passaram por necrópsia.
A análise de ambos os corpos aconteceu nesta terça-feira (11), para que fosse averiguado a provável causa da morte e se eles possuíam alguma doença.
O Portal 6 conversou com Elisângela de Albuquerque Sobreira, Médica Veterinária da Prefeitura de Anápolis responsável pelo procedimento, para entender se as preocupações de alguns anapolinos sobre o possível consumo de hambúrgueres feitos de carne de cavalo são válidas.
À reportagem, a profissional contou que os corpos analisados nesta tarde são de uma égua, de 10 anos, e de um burro, de seis anos. A estimativa até então era de que eles tivessem morrido na noite de segunda-feira (10), mas o exame apontou que, provavelmente, o óbito aconteceu ainda durante a tarde.
“Muitas alterações cadavéricas foram feitas após o óbito, o que atrapalhou a necrópsia. Alguns órgãos estavam fora do local, a pele já estava enegrecida. Mas encontramos o bolo alimentar muito ressecado, no estômago, intestino… o que comprova a falta de água na alimentação dos equinos”, explicou.
Com isso, o diagnóstico apontado foi de hipovolemia, causada pela ausência de água no organismo dos animais.
É perigoso consumir carne de cavalo?
Elisângela detalhou que o intervalo de tempo que se passou entre o óbito dos equinos e a realização do procedimento atrapalhou dizer, com certeza, se eles possuíam alguma doença.
“A necrópsia tem que ser realizada em torno de quatro horas após o óbito”, explicou. “Mas, macroscopicamente, não identificamos doença”.
Ela também afirmou que a carne de equinos, em si, não é o problema. O que pode causar zoonoses – infecções animais que são transmissíveis a humanos – é a forma como eles são tratados antes do abate.
E os outros equinos?
A necrópsia desta terça-feira contou com apoio dos acadêmicos de Medicina Veterinária da Faculdade Anhanguera, em Anápolis, uma vez que Elisângela é docente da disciplina de Patologia.
Quanto aos animais vivos resgatados no abatedouro, quem deve ficar responsável pelos exames são a Perícia Criminal e a Agrodefesa, que analisarão possíveis zoonoses.